Regional de Porto Alegre
O regional de Porto Alegre, o regional de Baltimore e o Special Event de Bilbao, que aconteceram no mesmo final de semana, além de marcarem o início da nova season, tiveram uma característica em comum – o formato definido. Apenas uma semana após a data oficial de lançamento da coleção Origem Perdida, os três torneios não puderam utilizar cartas do novo set.Eu competi em Porto Alegre e vou compartilhar com vocês toda a minha experiência no torneio.
Preparação
O regional foi anunciado com pouquíssimo tempo de antecedência. No momento em que foi anunciado, ainda restaram algumas dúvidas quanto ao número de vagas e coleções válidas. No entanto, logo ficamos sabendo que a nova coleção não iria valer e iria sofrer um pequeno atraso no Brasil. Infelizmente, o curto espaço de tempo fez com que muitos jogadores não conseguissem se organizar financeiramente com passagens aéreas e hospedagem para ir ao regional. No meu caso, embora passagens aéreas estivessem bem caras, tive a sorte de Porto Alegre não ser tão distante, possibilitando a viagem de ônibus sem muitos empecilhos.Desde o Regional de Joinville, eu estava bastante desanimado com o jogo e com o formato que estávamos jogando. Parei de ir nos eventos locais de Standard e estava jogando apenas o formato GLC. Fiquei um bom tempo estudando o formato japonês, que seria o nosso formato futuro, com as cartas de Origem Perdida e a volta da mecânica da Lost Zone. Quando foi anunciado que Origem Perdida não valeria em Porto Alegre, foi um banho de água fria, por alguns dias pensei em não participar, até que estudei um pouco o meta e tive uma luz.
Eu tinha aproximadamente quatro semanas para me preparar para o Regional, contudo, as duas últimas semanas seriam provas da faculdade, inclusive no mesmo dia da viagem. Então, toda a minha preparação se encerrou quinze dias antes do torneio. Em duas semanas corri atrás das cartas que faltavam, joguei dois torneios locais, nos quais consegui ir para a final em ambos e joguei cerca de 100 partidas no Pokémon TCG Online. Além de analisar todo dia os decks que estavam em alta, utilizando a plataforma Limitless.
A escolha do deck
Em um primeiro momento, a única certeza que eu tinha era que eu não queria jogar de Mew VMAX. Sendo assim, após uma rápida análise do meta e conversas com meu amigo e parceiro de time, Pedro Dossi, decidimos treinar com Charizard Radiante/Inteleon. Deck no qual eu achava, facilmente, uma das três melhores escolhas para o torneio. Após dois dias de treino, precisei tomar a abrupta decisão de escolher outro deck. Ficar quinze dias sem treinar antes do torneio, utilizando um deck de Inteleon, iria me trazer muitas missplays.Foi então que tomei a decisão de utilizar o deck Mewtwo V-União/Miltank, criado pelo Sander Wojcik, com algumas alterações pessoais, que julguei importantes. Embora seja um deck difícil de utilizar, me senti muito seguro com a escolha. Analisando os decks que estavam relevantes naquele momento, assistindo vídeos de análises sobre possíveis decks para os torneios seguintes e levando em conta a minha cena local da cidade, era uma ótima escolha. Consegui dominar bem o deck para o pouco tempo de treino que eu tinha.
Apenas uma carta era dúvida na minha lista, utilizar ou não o Venusaur Radiante. Então, na quarta à noite submeti minha decklist sem o Venusaur.
O torneio
Cheguei em Porto Alegre na sexta-feira de manhã, 24 horas antes do torneio. Preferi tirar o dia para passear pela cidade, me alimentar bem e dormir cedo e bastante, pois estava vindo de uma semana complicada. No dia seguinte, acordei bem cedo e tomei um bom café da manhã e fui para o evento. Naquele momento, eu estava há duas semanas sem jogar, mas estava bem tranquilo e seguro.Logo na primeira rodada, enfrentei um Palkia/Cavaleiro Glacial/Empoleon V, uma partida complicada, uma vez que existe a possibilidade de 1-hit no Mewtwo V-União caso o adversário utilize um combo de dano máximo com Lance e contadores de dano das habilidades do Inteleon e Zigzagoon ou descartando o meu Bloqueador de Ferramentas e utilizando Cinturão. Além do Empoleon V destruir o meu setup, anulando as habilidades e nocauteando as Miltank. Felizmente, o segundo Trilha para o Cume do deck foi muito efetivo nesta partida, garantindo a vitória por deck out.
Na segunda rodada, enfrentei Arceus/Inteleon do Giovanni Peragallo, um jogador chileno bastante habilidoso, que passou em primeiro lugar do Day 1 e garantiu top 8 no torneio. A partida contra ele foi bastante difícil. Como ele rodava quatro Marines e Pal Pad no deck, ele tinha seis possíveis Marines para destruir o meu setup. Após perder a primeira partida, joguei o mais rápido possível na segunda, para tentar um empate. Infelizmente, não foi possível. Já em uma busca por vencer pegando prêmios, o tempo esgotou no turno do meu adversário, me deixando apenas com os turnos 1 e 3. A partida finalizou a um turno do meu último nocaute. Após a partida, conversamos um pouco e ele me disse que estava muito focado e buscava encerrar as partidas com vitória ou derrota e que a carta 61 do deck dele era o Cinturão da Escolha, mas optou em manter apenas Pingente Grande como ferramenta.
Na terceira rodada, enfrentei um Mew Vmax, partida na qual eu possuía diversas formas para jogar, utilizando looping de Sidney nas energias, utilizando Boss stall + cume, utilizando Yveltal, utilizando Saturnino ou utilizando Martelo Esmagador + Flannery (que foi a escolha). Felizmente, a lista do meu adversário não rodava Cilene e Pal Pad, fazendo com que fosse uma partida tranquila.
Na quarta rodada, enfrentei Arceus/Decidueye/Flying Pikachu. Essa partida foi um divisor de águas no torneio. Era uma partida que se torna bastante simples, se o adversário não roda Crobat VMAX ou Moltres de Galar V. Por sorte, meu adversário não os utilizava. Mesmo assim, é uma partida que exige que eu não tenha missplays e acerte Martelos decisivos. O poison do Crobat V não era um problema, uma vez que eu rodava Dama do Centro Pokémon. Embora tenha ganhado, fiquei muito nervoso durante a partida, que estava se estendendo demais.
Entre a quarta e a quinta rodada eu fiquei muito nervoso e ansioso, de uma forma bem incomum, mas fui jogar. A partida foi contra Palkia/Inteleon do Caio Navarro, que inclusive, foi top 8 no torneio. Posso dizer, com toda tranquilidade, que essa foi a partida mais difícil do dia e a única que eu não tive nenhuma chance de vencer ou empatar. Ele baseou todo o jogo dele em nocautear meus Pokémon básicos, atingindo-os também no banco, anulando o meu setup e finalizando com Berrante Retumbante.
A sexta rodada eu já estava tranquilo novamente e enfrentei um deck de Arceus com Martelos. Conseguimos jogar duas partidas, ambos os setups não foram bons, mas o tempo acabou sendo uma desvantagem muito grande para o meu adversário.
Naquele momento, com um placar de 4-2 (12 pontos e faltando 3 rodadas), eu precisava focar apenas na vitória. Com 19 pontos, a classificação para o Day 2 era garantida, e era possível com 18 pontos, devido a quantidade de participantes. Na sétima rodada enfrentei outro deck de Palkia/Inteleon. Durante todo o nosso primeiro game, mantive a partida bastante controlada, porém precisava de um recuo para a Miltank ativa, para encaminhar a partida para um estado de jogo com o Mewtwo que não teria mais volta, garantindo a vitória.
Até que eu simplesmente me desconcentrei em um ÚNICO detalhe. Meu adversário utilizava Marine e Pal Pad, ambos já utilizados. A utilização da Marine naquele momento do jogo, era uma forma de reverter o jogo e impossibilitar minha vitória, no entanto, a Marine já estava no descarte, e o que estava na mão do adversário era uma Ordem de Chefia. Eu baixei um Pokémon no banco para ganhar mais um turno até ter o recuo garantido da Miltank e subir o Mewtwo já energizado, porém o adversário utilizou Chefia no Pokémon do banco e finalizou a partida utilizando Colônia Milagrosa e nocauteando a Miltank no turno seguinte. Não deu nem tempo de se frustrar naquele momento, joguei o mais rápido possível a segunda partida, em busca do empate, mas foi tarde demais. Apesar de ter montado o combo esperado, não teria tempo suficiente para terminar a partida.
Na oitava rodada, eu estava muito triste, muito decepcionado, por ter perdido por um erro meu, mas fui jogar, em busca da possível classificação com 18 pontos. A partida foi contra Arceus/Decidueye/Flying Pikachu, porém, meu adversário utilizava Crobat VMAX. Na primeira partida, consegui anular o Crobat, descartando as energias e anulando as win conditions. Meu adversário percebeu e concedeu rapidamente a partida. Na segunda, ele seguiu o mesmo plano de jogo e teve um ótimo setup, como eu também tive, mas não tive sorte nos Martelos. Fomos para a terceira partida rapidamente, quando aconteceu o que me frustrou de vez e me tirou do torneio, um donk. Como só a vitória importava para ambos e era uma partida demorada, embaralhamos muito rápido, o que fez com que o deck ficasse mal embaralhado, me fazendo abrir com apenas 1 Pokémon e sem nenhuma busca e, após dois turnos, tomei um nocaute sem ter baixado nenhum outro Pokémon.
Desculpa se você leu até aqui esperando uma reviravolta milagrosa, mas a verdade é que foi bastante triste meu final de torneio. No entanto, quis trazer esse relato para vocês, de uma visão como jogador. Fiquei muito feliz com a minha escolha de deck, acredito que acertei a call. Inclusive, o deck fez top 4 no torneio, com grandes possibilidades do título. Infelizmente, não tive good matches como os Regis, mas não posso dizer que tive bad matches como Lunatone, foram partidas decididas no jogo mesmo.
O campeão do Regional de Porto Alegre, contando com 253 participantes na categoria Master, foi o Dalton Acchetta, com um deck interessantíssimo de Arceus com Blissey V e Slaking V. Você pode conferir os decks do top 8 aqui.
Na oitava rodada, eu estava muito triste, muito decepcionado, por ter perdido por um erro meu, mas fui jogar, em busca da possível classificação com 18 pontos. A partida foi contra Arceus/Decidueye/Flying Pikachu, porém, meu adversário utilizava Crobat VMAX. Na primeira partida, consegui anular o Crobat, descartando as energias e anulando as win conditions. Meu adversário percebeu e concedeu rapidamente a partida. Na segunda, ele seguiu o mesmo plano de jogo e teve um ótimo setup, como eu também tive, mas não tive sorte nos Martelos. Fomos para a terceira partida rapidamente, quando aconteceu o que me frustrou de vez e me tirou do torneio, um donk. Como só a vitória importava para ambos e era uma partida demorada, embaralhamos muito rápido, o que fez com que o deck ficasse mal embaralhado, me fazendo abrir com apenas 1 Pokémon e sem nenhuma busca e, após dois turnos, tomei um nocaute sem ter baixado nenhum outro Pokémon.
Desculpa se você leu até aqui esperando uma reviravolta milagrosa, mas a verdade é que foi bastante triste meu final de torneio. No entanto, quis trazer esse relato para vocês, de uma visão como jogador. Fiquei muito feliz com a minha escolha de deck, acredito que acertei a call. Inclusive, o deck fez top 4 no torneio, com grandes possibilidades do título. Infelizmente, não tive good matches como os Regis, mas não posso dizer que tive bad matches como Lunatone, foram partidas decididas no jogo mesmo.
Resultados
Top 32 - Categoria Masters
O campeão do Regional de Porto Alegre, contando com 253 participantes na categoria Master, foi o Dalton Acchetta, com um deck interessantíssimo de Arceus com Blissey V e Slaking V. Você pode conferir os decks do top 8 aqui.
Mulheres no jogo
Staff, juízas e competidoras do Ladies Event
O Copag Mulheres no Jogo é um projeto que busca incentivar mais mulheres no Pokémon TCG. O Ladies Event realizado por eles contou com recorde de inscrições – 50 mulheres. No entanto, feitos realmente impressionantes foram os que a Patricia Gonzalez Walsh e a Raissa Arruda realizaram. Ambas se enfrentaram no top 4, sendo assim, a Patricia garantiu o top 4 e a Raissa foi a vice-campeã do regional. Quase tivemos uma final feminina, esse dia está cada vez mais próximo. Não obstante, tivemos uma mulher como a grande campeã do Regional de Baltimore, Piper Lepine foi a melhor entre os 1.091 competidores.
Patricia Gonzalez Walsh (Top 4) e a Raissa Arruda (Vice-campeã)
Outros torneios
Contando com 292 participantes na categoria Master, o campeão do Special Event de Bilbao foi Pere Arbós Parets, com Mew VMAX. Você pode conferir os decks do top 8 aqui.
Contando com 1.091 participantes na categoria Master, a campeã do Regional de Baltimore foi Piper Lepine, com Charizard Radiant/Inteleon. Você pode conferir os decks do top 8 aqui.
No mesmo final de semana, tivemos mais dois torneios que davam um gostinho do nosso futuro (e agora atual) formato.
O Regional de Cingapura contou com 130 participantes na categoria Master, Tan Yong Siang garantiu o título com o deck de Lost Box. Você pode conferir os decks do top 8 aqui.
Contando com o número impressionante de 3.166 participantes na categoria Master, a Champions League Yokohama (equivalente a um regional para nós) deu um gostinho do que será o mundial em 2023. Shota Nakajo garantiu o título com o deck de Giratina V Astro. Você pode conferir os decks do top 16 aqui.
Próximo Formato
Possuindo o mesmo formato do mundial, um formato já morto, pouco será aproveitado agora com Origem Perdida já válida. Decks como Lunatone não serão mais eficaz; várias versões de Arceus passarão por modificações; Mew VMAX, que estava dominando o fim do formato, contará com um novo counter (Drapion V), mas ganhará novas cartas que o manterão firme no formato (Cidade Perdida e Aspirador Perdido); Mewtwo V-União pode ver jogo utilizado junto ao Arceus V-Astro; Regis ganham uma nova energia que dá bastante consistência ao deck, embora tenha um caminho difícil pela frente; Charizard/Inteleon entrará em desuso, sendo praticamente substituídos por Lost Box; entre muitas outras mudanças. O deck que mais ganha com o novo formato, certamente é Palkia/Inteleon, que ganhou um reforço muito forte - Kyurem VMAX.É importante ficar de olho nos seguintes decks no formato atual, tanto para utilizar quanto para counterar:
- Mew VMAX
- Palkia/Kyurem VMAX
- Lost Box
- Giratina V-Astro
- Arceus/Inteleon/Gardevoir Radiante
- Goodra V-Astro
Já divulgado, o Internacional de São Paulo, que ocorrerá em 25 de novembro, provavelmente terá mais uma coleção válida, além de Origem Perdida, e algumas cartas promocionais novas. Porém, ao que tudo indica, a base do metagame do torneio será Origem Perdida. Apenas com algumas novas adições da próxima coleção - Tempestade Prateada.
O Internacional, possivelmente, será o último evento presencial de 2022 no Brasil. O Regional de Porto Alegre foi o primeiro evento da temporada valendo pontos para se classificar para o mundial. Além do Internacional em Novembro, em 2023 teremos a volta dos torneios locais oficiais, além de novos Regionais que serão divulgados no futuro, todos valendo pontos para a corrida do mundial.
Tags
TCG
