Ei pessoal!
Olha só quem está surpreendentemente eficiente esta semana! Outro chartithought pra vocês em menos de uma semana!
Dando continuidade à matéria iniciada anteriormente, trago a segunda parte da análise do especial Pokémon - A Origem. Ainda não decidi quantas partes escreverei no final, pode ser mais uma ou mais duas. O lance é que como eu volto a trabalhar sábado agora, as coisas devem ficar mais difíceis nas próximas semanas, então aproveitem bem este bônus =D
Se você não leu a Parte 1, clique aqui
E amanhã tem mais uma review de Pokémon XY pra vocês!
Pokémon
– A Origem
Parte 2 de ???
Salvamento
2: Cubone
Apesar
de ser fã do anime Pokémon desde que ele começou a ser
exibido no Brasil, meu contato com os jogos foi tardio – somente
com Pokémon FireRed Version em 2005 quando meu pai mandou pra
mim um lindo GBA SP preto (que tenho até hoje ♥) com o jogo. Lembro que
um dos meus momentos favoritos jogando essa versão foi o arco em
Lavender Town. Eu conhecia a cidade como a “cidade dos Pokémon
Fantasmas” devido à abordagem dada a ela no anime, em que Ash e
cia vão até lá só para pegar um Pokémon Fantasma para Ash usar
contra Sabrina, mas não imaginava que a Pokémon Tower seria na
verdade um cemitério para Pokémon, tampouco que estava sendo
assombrada pelo espírito de uma mãe Marowak assassinada pelo Team
Rocket! Enquanto o anime teve sua própria dose de episódios
sinistros – “O Fantasma do Pico da Donzela” e o arco de Sabrina são inesquecíveis
–, eu nunca entendi como podiam ter desperdiçado uma trama tão
interessante quanto essa dos jogos.
Minha reação não foi outra senão alegria quando os títulos dos salvamentos de Pokémon – A Origem foram divulgados e “Cubone” estava entre eles, indicando que essa história finalmente ganharia uma adaptação animada. E, de fato, o especial já começa muito bem! Eu gosto muito como Red faz uma retrospectiva de sua jornada, nos contando todos os importantes acontecimentos que separam sua jornada de Pewter até aqui – e dá-lhe mais nostalgia com momentos como o vendedor de Magikarp, a batalha contra o cientista no Mt. Moon para se obter um fóssil, o desafio à Misty (a do anime tradicional é tão mais linda!!!) e a dificuldade que é derrotá-la quando se começa com um Charmander, entre outras coisas.
Com a chegada a Lavender Town, é ótimo ouvir a sinistra trilha sonora da cidadezinha tocando pela primeira vez, assim como a conversa com o casal que termina de forma macabra numa bela referência a um NPC dos jogos originais (e fica muito mais sinistra quando você vê que HAVIA SIM UMA MÃO TOCANDO O OMBRO DO RED SOCORROARCEUS). Também fiquei feliz de finalmente ver o Mr. Fuji sendo explorado de forma decente já que o máximo que tivemos dele na série original foi uma participação como Dr. Fuji em Pokémon – O Filme.
Entretanto, uma coisa que me incomodou muito neste salvamento foi o roteiro e justamente por se distanciar dos jogos. Veja bem, nos jogos o Team Rocket sobe a Pokémon Tower para roubar crânios dos Cubone (e Marowak?) que vivem lá para vender por uma fortuna no mercado negro – que nem os membros da ressurgência farão três anos depois com as caudas de Slowpoke em Pokémon Gold & Silver. Sim, nos jogos Cubone selvagens vivem na Pokémon Tower – talvez devido à forte conexão com morte tão mencionada nas inscrições da Pokédex envolvendo este Pokémon (segundo uma fala do rival nos jogos, Marowak também deviam existir na torre, mas ele diz que duvida “que tenha sobrado algum”) – junto dos Ghost-type Gastly e Haunter. Durante o ataque, uma Marowak enfrentou o Team Rocket para proteger seu filhote. A criança escapou, mas a mãe acabou assassinada. Desde então, seu espírito passou a assombrar o local, impedindo que as pessoas tivessem acesso ao último andar, onde os Rockets estavam alojados.
No especial, o ataque do Team Rocket é feito numa área selvagem. O filhote é salvo pelo Mr. Fuji e levado para a Lavender Volunteer Pokémon House. O grande problema aqui é que como a mãe foi morta numa área selvagem, por que raios o espírito dela vai assombrar a Pokémon Tower? O especial deixa claro que a função dela na torre era a mesma dos jogos: evitar que as pessoas chegassem ao último andar, onde o perigoso Team Rocket estava. Mas então se eles estavam na selva e só depois se alojaram na torre, ela não poderia tê-los assombrado para que eles nunca entrassem nela??? Ou, se o espírito dela pôde se deslocar da campina para a torre, por que ela não foi encontrar seu filhote, que é o que lhe traria paz afinal (no especial)??? E por que ela não assustou o Team Rocket??? O especial deixa claro que eles nem tinham visto a assombração na torre, só ouvido histórias a respeito, apesar de eles estarem em posse do Silph Scope (como prevenção?) e estarem usando o local como base.
Inconsistências a parte, o salvamento ainda tem seus momentos brilhantes. Todo o flashback de Cubone é muito bem realizado: desde o momento em que Cubone é encurralado pelos Rocket grunts até o momento em que ele finalmente percebe que sua mãe foi brutalmente assassinada, tudo é animado de forma a tornar a cena bem impactante. É possível sentir desprezo e ódio pelo Team Rocket de uma forma nunca possível antes. Em particular, o trabalho da dublagem japonesa também é ótimo, com os sons agoniados do pequeno Cubone assustado até o grito final da mãe Marowak. Eu também gosto como o especial dá um final mais digno à mãe Marowak, dando-lhe paz ao ser reunida outra vez com o pequeno filhote que ela por quem ela se sacrificou, em vez de ser derrotada por um Treinador aleatório. O momento que o filhote sai correndo da Pokémon Tower para encontrar sua mãe após sentir sua presença é muito bonita e o reencontro dos dois emocionante.
Uma
coisa a se destacar aqui é a presença de Green. Durante todo o
especial, o personagem soa menos irritante do que sua contraparte nos
jogos e muito menos mal-educado também. Os roteiristas do especial,
porém, conseguiram mostrar características tanto positivas – ele
é ótimo em batalhas Pokémon, por exemplo, e possui um vínculo
forte com seus Pokémon, como estabelecido no salvamento 1 – quanto
negativas – ele parece ser obcecado por fazer as coisas só para
impressionar e ser reconhecido (nos jogos isso existe, mas é mais
com seu avô, o Prof. Oak).
Neste
salvamento 2, ele corre covardemente quando vê o fantasma da
Marowak, mas depois luta bravamente contra um membro do Team Rocket
e pega o Silph Scope para Red. Embora isso contraste bastante também
com a atitude de Green nos jogos – em que ele sobe a torre para pegar um
Cubone ou um Marowak e vai embora sem se importar com essa história
de fantasmas ou o sumiço do Mr. Fuji e tampouco liga para bancar o
herói –, ela ao menos ilustra bem uma qualidade e um defeito seus.
Detalhe: no final Green diz que vai embora porque agora não adianta
mais bancar o herói, só que ele SOBE as escadas para o sexto andar
em vez de descer para sair da Pokémon Tower. Erro??
Ao
final do especial, Red salva Mr. Fuji com um Jolteon (uma aquisição
curiosa considerando que até esse ponto, o personagem ainda não
tinha passado por Celadon City, onde você consegue um Eevee nos
jogos e pode comprar as pedras para evoluí-lo). Como recompensa, ele
ganha a Poké Flute, como em RGB, e duas pedras misteriosas
(uma Mega Stone e a Key Stone que fica no Mega Ring, ambas exclusivas
de XY). Esse ponto foi sem dúvida uma das
maiores surpresas do especial, especialmente pelos efeitos causados
no quarto salvamento.
O
próprio fato de Mr. Fuji ter esses itens e mencionar a região de
Kalos acabam se utilizando do fato atestado nos jogos originais de
que Mr. Fuji nem sempre viveu em Lavender Town. Apesar de ter sido
considerada personagem original, vale mencionar que Reina é na
realidade baseada numa NPC que lhe explica que a Lavender Volunteer
Pokémon House é a casa do Mr. Fuji e que ele cuida de Pokémon
abandonados, coisa que Reina também faz no especial. Bom, agora
faltam mais dois salvamentos: um deles MARAVILHOSO pra mim e o outro
PÉSSIMO. E vocês saberão qual é qual em breve. Até lá, deixo outro mistério com vocês =D