O que há de único no Mangá Pokémon Adventures


Caso você seja fã de longa data da franquia Pokémon, além dos jogos e do anime, você já deve ter ouvido falar também do mangá. Adaptações de videogames são tarefas complexas, já que exigem transformar uma mídia interativa em uma outro formato completamente diferente, tentando não perder a essência do original. Pokémon Adventures, embora não tão popular quanto o desenho animado ou a série de videogames, é, entretanto, uma das melhores formas de experienciar o mundo Pokémon mais profundamente.

Para falar do mangá, é inevitável falar também do anime. Embora não precise de introduções, é a mais conhecida adaptação da franquia, onde o protagonista Ash e seu fiel Pikachu viajam por diversas regiões enfrentando líderes de ginásio e conquistando insígnias para participar do torneio da liga enquanto tem que se defender das constantes tentativas de roubo de seus Pokémon pela criminosa Equipe Rocket.

O desenho passa a sensação presente nos jogos de aventura em um mundo vasto e cheio de lugares para explorar e criaturas interessantes para conhecer, mas toma grandes liberdades ao material inicial e funciona com sua lógica mais própria. Essa versão do mundo Pokémon se tornou tão icônica que a versão Yellow dos jogos introduziu elementos para tentar se assemelhar mais a jornada de Ash.

O mangá, entretanto, vai mais além em sua adaptação e consegue manter o clima de aventura enquanto se assemelha mais aos jogos e também se apresenta como mais verossímil que o anime. Se o anime é uma versão idealizada do mundo Pokémon, o mangá tenta mostrar como o mundo dos jogos poderia ser funcional. Um equilíbrio desses fatores é alcançado quando a estória dos jogos é apresentada com alterações que a fazem única e mais realista, explicando conceitos dos jogos e explorando como os Pokémon seriam utilizados em batalha em um mundo real. A Equipe Rocket, assim como as outras equipes vilãs, é um exemplo dessas mudanças, sendo uma ameaça real em vez de alívio cômico.

Giovanni e suas ações impiedosas

Além de expandir personagens, como os líderes de ginásio, e dar a eles mais personalidade e arcos mais profundos do que nos jogos, o mangá referencia os acontecimentos dos jogos de forma livre para construir em cima deles uma narrativa envolvente e familiar, mas inteiramente nova. Mecânicas dos jogos como os HMs e insígnias são ressignificadas e aproveitadas como instrumentos que referenciam os jogos e movem também o roteiro, ou simplesmente utilizadas para se assemelhar mais aos jogos. Um exemplo dessas referências pode ser visto na Pokédex, que reproduz os mesmos gráficos utilizados na geração do jogo ao qual o arco faz referência.

Green utilizando sua Pokédex 

Assim como nos jogos, a cada mudança de geração o mundo é expandido e o elenco de personagens presentes sofre uma transformação. As mudanças de arco e de protagonista também auxiliam a tornar o mangá especial, pois permite que seus personagens tenham suas conclusões e que novas perspectivas guiem a trama. Além de não nos prender a um só personagem principal que tem sempre as mesmas lições para aprender.

Pokémon Adventures se aproveita dos jogos para construir suas tramas, mas não se limita a eles e sim os expande com personagens mais complexos e cativantes em um ambiente mais realista, mas que não deixa de ser mágico, familiar e reconhecível para os fãs da franquia por sua atenção a detalhes e respeito ao material original!

João Pedro L. Bravo

Formado em Comunicação Social pela UnB, é fã da franquia desde pequeno, começando sua jornada no Crystal. Ávido colecionador de jogos, caçador de shiny e leitor do mangá.

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