Review: Pokémon XY 016

Chegou, chegou!

Aos 45 do segundo tempo trago a mais nova review de Pokémon XY. Eu passei o dia fora com meu namorado hoje e esqueci COMPLETAMENTE que era quinta-feira XD Foi mal, galera.

Bom, esta matéria foi originalmente publicada em 23 de fevereiro de 2014, apenas algumas semanas atrás, então estamos bem perto de ficarmos em dia com essas publicações. 

Valeu, XY007 Lover pelo esclarecimento sobre Rollout e Steamroller. Eu realmente não fazia ideia de como Steamroller tinha ficado no Brasil. Já te add.

E pq vc se surpreendeu com Skiddo, Raphael? Ele é a coisinha mais linda :3 Adoro ficar saltitando feliz montado num Skiddo fofucho!

Obrigados pelos seus comentários, galera! E espero que curtam mais este texto!

#XY016/#820 – Dedenne é Pichu e Pichu é Dedenne...!?

Às vezes eu me pergunto: daqui a alguns anos quando olharmos para Pocket Monsters XY do que lembraremos? Pra mim, por exemplo, é impossível desassociar a série original do quarteto de iniciais, Advanced Generation dos Torneios, ou Diamond & Pearl da forte continuidade e Best Wishes! de uma sensação de imensa decepção. Pocket Monsters XY pra mim tem sido uma experiência interessante porque eu não faço a MÍNIMA ideia do que esperar. Sério. Pra mim a série estava fadada a ser outro fracasso devido à crise de criatividade eterna dos roteiristas, mas aí eles me vem e me fazem o melhor conjunto de protagonistas até aqui e uma quantidade imensa de excelentes episódios nos primeiros meses. Só que de repente, a série parece perdida, sem direção. Um tiro no escuro sem um objetivo claro de onde chegar. Entretanto, há algo estranho porque de alguma forma não parece tão perdida assim.

Basta um rápido olhar para episódios como aquele do Furfrou, ou o dos Pancham ou até mesmo o anterior focado em Chespin. Episódios com tudo pra darem muito errado, mas que conseguiram de alguma forma surpreender ou ter algum detalhezinho, um pequeno momento, que valeu tudo. E aí a gente perdoa o personagem do dia totalmente sem graça, a trama toda bagunçada ou aquela cena toda mal desenhada porque de repente tinha uma luta muito foda contra a Equipe Rocket no meio do caminho, ou porque de repente Fennekin e Froakie ficaram amiguinhos, ou porque a animação estava sobrenatural de tão boa. E assim também é este com este episódio. Basicamente, são detalhes tão pequenos quanto Dedenne e Pichu que tornam algo que poderia ser completamente previsível e descartável em algo surpreendentemente divertido.

O roteiro de Akemi Omode – a roteirista caloura que se juntou à equipe há pouco mais de um ano – é bem direto: num momento de distração, Bonnie tem a bolsa em que mantinha Dedenne trocada com a de outra garotinha que tinha um Pichu e Ash e cia precisam se empenhar para encontrar a garotinha e desfazer a troca. Apesar da simplicidade do escopo da trama, Omode consegue enchê-la de momentos preciosos e detalhes interessantes.

A primeira coisa que sempre me chamou atenção sobre a Bonnie desde o XY 001 é como ela realmente age como uma criança de sua idade. Ao longo de todos os episódios até aqui, essa caracterização da personagem tem se mantido igualmente consistente. Cenas como ela sendo repreendida por seu irmão por dar comida para Dedenne fora de hora reflete o comportamento de várias criancinhas e criançonas que adoram alimentar seus bichinhos constantemente só pela simples fofura e alegria de fazê-lo – aliás, eu adoro como logo após Bonnie ser repreendida nos é revelado Ash e Serena fazendo o mesmo com Pikachu e Fennekin, respectivamente, apenas um lembrete amigável de que eles também são crianças afinal.

Como se uma garotinha fofinha já não fosse o suficiente, somos introduzidos a uma segunda: Lim. Esta partilha semelhanças com a nossa coprotagonista: assim como Bonnie, Lim também tem uma irmã mais velha que é uma Treinadora Pokémon e lhe deixa cuidar de seu pequeno Pichu, Lim também é carinhosa, adora cuidar dos bichinhos e se importa de verdade com eles. É muito bacana como em dado momento Omode muda a perspectiva dos heróis para a de Lim com Dedenne. A forma como tanto Lim quanto Bonnie reagem devastadas ao perceberem a troca de Pokémon, a culpa por terem falhado com as pessoas que nelas confiaram e com os próprios Pokémon que foram trocados. E ainda assim, com tantas similaridades, é legal ver como suas desventuras com os respectivos Pokémon foram bastante diferentes.

Bonnie tem o suporte de seus amigos, que sabem de tudo, e a ajuda deles para procurar seu Dedenne. A pobre Lim, com medo de decepcionar a irmã, foge para tentar resolver o problema todo sozinha. É também bastante interessante ver que enquanto Bonnie e Pichu tem uma relação muito semelhante de tristeza por terem perdido seus respectivos parceiros, Lim e Dedenne parecem superar mais fácil toda a situação. Dedenne nunca parece sentir tristeza, na verdade – falarei sobre isso mais tarde –, ao passo que enquanto Lena fica aterrorizada e entristecida com o sumiço de Pichu, ela não demora a se divertir com Dedenne, lhe dar um lacinho e até cogitar tê-lo como parte da família no lugar do outro roedor. Fica difícil saber se Pichu e Bonnie são realmente mais parecidos um com o outro, assim como Lim é mais parecida com Dedenne, ou se as diferentes reações dos Pokémon é que na verdade afetam as meninas; se a tristeza de Pichu que entristece Bonnie, assim como se a indiferença de Dedenne acalma Lim – isso seria uma reação oposta aos ensinamentos pregados por Brock ainda em Diamond & Pearl para Dawn de que a insegurança do Treinador é passada ao seu Pokémon.

No que toca às crianças mais velhas, é muito fofo ver a forma como Clemont, Serena, Ash e, especialmente, Pikachu se empenham em não só ajudar Bonnie, mas também em animá-la – exceto pela infeliz frase “Nesse ritmo, nunca vamos achá-la”, dita por Serena em referência a Lim, mas como vimos em “O Sinistro Abrigo da Chuva! Espurr Viu Tudo”, ela tem dessas coisas de falar o que não deve na hora imprópria. Comentaram uma vez num dos meus Charithoughts que XY nos faz lembrar que Pikachu é fofo e temos a prova disso quando ele age o tempo inteiro no intuito de acalmar Pichu e, como consequência, Bonnie.

Aliás, uma das minhas cenas favoritas do episódio é a em que Pikachu pega uma maçã para ele e Pichu. O momento de fofura é um dos poucos no episódio inteiro a conseguir arrancar um sorriso de Bonnie desde o desaparecimento de Dedenne. Entretanto, o sorriso é rapidamente apagado no instante em que talvez uma mistura de culpa, preocupação e saudade lhe causa tristeza outra vez e ela tenta não demonstrar que está chorando para seus amigos. Para deixar tudo ainda mais fofinho, Serena consola a menina: “Não se preocupe, Bonnie. A gente vai achar ele logo”, se redimindo do comentário anterior, e logo em seguida Pichu pula nela para animá-la. Afinal ninguém a compreende melhor nesse momento que o pequenino :'(

Momentos de fofura à parte, existem outros tantos detalhes bacanas a se notar! A cidade do episódio parece MUITO Lumiose – tô começando a achar que a cidade do Furfrou nunca foi Lumiose mesmo e que Kalos no anime é uma região cheia de Lumioses – e é estranho e ao mesmo tempo fantástico ver carros cruzando as ruas num episódio de Pokémon – estranho justamente por ser tão incomum (o único antecedente que eu consigo me recordar no momento é a Cidade Milênio onde se passam as historinhas dos irmãos Pichu que eu adoro... hm e temos um Pichu aqui. Coincidência?). É ótimo ver Ash e cia abordando as pessoas na cidade, perguntando sobre Dedenne, questionando e tal. Toda essa interação torna a representação da cidade do episódio bem viva, que se você tem uma boa memória, deve se lembrar que foi um dos pontos altos pra mim dos dois primeiros episódios de Pokémon XY.

Outro pequeno momento que eu adoro é quando Lena, a irmã mais velha de Lim, encontra sua amiga (futura Campeã da Liga Barbra, segundo informantes secretos), as duas batem um papinho ali à toa sobre o Ginásio de Cyllage, e depois se despedem, cada uma indo para um canto, nada relevante, mas é justamente essa falta de relevância que torna a cena tão incrivelmente natural – afinal quantas interações reais do seu dia a dia são realmente revelantes para a sua vida? Também ajuda muito ver a continuidade em alta na série com Clemont se lembrando da capacidade de Dedenne de se comunicar com Pikachu através dos seus raios elétricos e preparar uma invenção com essa informação em mente. Durante todo o episódio eu fiquei com aquela informação na cabeça “por que não usam o Pikachu?” e então quando Clemont teve a ideia, eu comemorei!

Naturalmente por este ser um episódio tão minucioso em termos de detalhes que é muito curioso que eles mostrem Dedenne completamente indiferente à sua separação de Bonnie. Enquanto Pichu é um fofo chorando a falta de Lim, consolando Bonnie e etc, Dedenne é uma maldita criatura do mal fria e sem coração. Ele se separou da menina que lhe dá amor e carinho sempre e depois de um olharzinho confuso, ele fica todo “foda-se”. Ele também não se importa de deixar Lim preocupada sumindo depois também para ficar dormindo fofamente entre bichinhos de pelúcia. Eu fiquei tão encantado com o Pichu e tão irritado com a indiferença de Dedenne que em dado momento me vi torcendo para que o Pokémon hamster ficasse com a Lim pra todo sempre porque tanto Bonnie quanto o ratinho amarelo mereciam um ao outro u.u

Mas qual a razão para isso? No episódio anterior, quando Chespin se separou do grupo por sua sonangordice, a razão para Clemont acreditar que ele seria mais feliz com a senhorinha lá era clara: os dois não tinham um vínculo forte. Mas e no caso de Bonnie? Será que a intenção aqui é a mesma? Será que o fato de Dedenne ser na verdade um Pokémon do Clemont, mas receber carinho da Bonnie faz com que ele tenha desapego de ambos já que seu verdadeiro Treinador não cuida tanto dele? Isso explicaria, por exemplo, porque ele não esperou um comando de Bonnie quando atacou o Chespin de Clemont no episódio anterior. Ele não identifica Bonnie como uma Treinadora ou parceira ou amiga. Ele deve vê-la como sua alimentadora-serva-acariciadora. Assim como Chespin, ambos se aproximaram dos irmãos Limão quando viram que teriam comida garantida. Será que a barriga nesses casos fala muito mais que o coração? No fim do episódio, ele ainda bota Lena em perigo com sua gulodice!

Há também um paralelo com Togepi aqui também. O Pokémon ovo-chocado parecia bastante indiferente nas ocasiões em que se separou de Misty. Na verdade, nem só indiferente, mas alegre, mas isso tinha mais a ver com o fato de ele curtir uma situação perigosa do que de ser desapegado de sua Treinadora. E talvez seja mais correto dizer que ele nem curtia necessariamente o perigo, mas por ser tão novinho, ele não tinha noção real dele. Será que Dedenne também é tão novinho que ele não percebeu a situação toda? Ou será que ele confiava o tempo todo que seria encontrado por Bonnie e cia? Afinal ele parecia feliz quando notou as ondas amplificadas da eletricidade do Pikachu lançadas ao céu – mas também esqueceu delas logo depois. Além do mais, ele parece incrivelmente forte para ser tão novinho assim. Isso sem contar que há algo no olhar do Dedenne que não me transmite inocência nem paz. Há algo psicopata e cruel ali. E eu espero que Pikachu esteja por perto para proteger os irmãos Limão.

Considerações finais: 
→ “Mas, Sir, de onde você tirou irmãos Limão?”. Oras, meu caro leitor. É muito simples: toda a família de Clemont tem limão no nome. Tanto na versão japonesa quanto na ocidental. O pai é Limone, que é limão em italiano, então temos cLEMONt, sendo lemon limão em inglês e Bonnie vem de Bonnie Brae, que é um tipo de limão comum no condado de San Diego nos EUA. Além disso, quando um produto eletrônico tem mal funcionamento, diz-se que é um “lemon” em inglês e você também pode fazer uma bateria de limão. No Japão, o jovem Líder de Ginásio se chama Citron, que é a palavra em francês para limão, além disso o sufixo de origem grega -tron designa a instrumentos, muito comum em palavras relacionados à eletrônica. Já Eureka refere a outra variedade de limão, também conhecida como “quatro estações”. “Eureka” também é o equivalente em inglês à famosa frase “Eureca!”, comumente usada para momentos de triunfo e descoberta – o irmão dela é um cientista oras bolas – atribuída a Arquimedes e que quer dizer “Encontrei!”. Então, Clemont e Bonnie são os irmãos Limão;  
→ A cidade sem nome deste episódio é tão parecida com Lumiose, que a pobre Lim tem dificuldade de encontrar o caminho de volta ao Centro Pokémon. Pobres kalosianos e suas cidades grandes e deficiência em sinalização;  
→ Esse papo todo de cidade grande, carros e Pichu me lembrou quando os Irmãos Pichu e sua trupe nos ensinaram a atravessar a rua. Eu acho os curtas dos Irmãos Pichu extremamente fofos e adoro o grupinho deles. Aliás, achei uma imensa ofensa um dos últimos curtas da ANA – uma empresa aérea para a qual a Shokakugan fez curtas-metragens exclusivos de 2004 a 2011, 2012 marcando o retorno deles aos cinemas – que mostrava os Pokémon de Ash e cia em Diamond & Pearl brincando na Cidade Milênio, a cidade dos Irmãos Pichu, mas ninguém do grupinho deles apareceu, mas sim uma penca de Unown e lendários :'( Uma ofensa;
→ Semana passada eu esqueci de comentar como o Pokémon Quiz tinha sido absolutamente PERFEITO. Você não coloca Charizard, Infernape e Delphox juntos e não espera que eu ache só um Pokémon Quiz normal como qualquer outro. JAMAIS;  
→ Eu ADORO como Bonnie inicia toda uma explicação do que porquê Lena devia se casar com seu irmão, apontando seus erros e defeitos XDD e adoro como ela sai tipo “Hehe que gracinha... creepy. Vamos, Lim”. Eu também gosto como Clemont e Bonnie ficam brigando ao fundo com o Braço de Aipom suspendendo a menina;  
→ O final deste episódio é perfeito, apesar da conclusão abrupta. Eu gosto como o agente do mal Dedenne leva Lim para o perigo e então o bravo herói Pikachu – se eu estiver parecendo meio Twitch Plays Pokémon aqui, a influência realmente se confirma #RIPAbby #BirdJesusFTW – salva a menina. Eu gosto especialmente de como Dedenne se prepara para a batalha imediatamente após Clemont chegar – outra prova de que ele não é tão bebezinho assim e tem sua lealdade ao Líder de Ginásio – e só depois vai para Bonnie. Mas pra mim, o momento perfeito mesmo é quando Lim e Bonnie caem num choro coletivo ao reencontrarem seus Pokémon e então o ronco do estômago de Ash quebra a tensão do momento de forma bem leve. Agora que parei pra pensar, acho que minha barriga nunca roncou hm; 

 

→ Falando em final do episódio, tem outro jantar. Algumas pessoas interpretaram que que quem fez o jantar todo foi a Serena, mas inicialmente eu tive a impressão de que ela só tinha feito o chá. Eu prefiro a interpretação de que Serena fez o jantar sozinha e isso explica por que as pessoas agiram com surpresa à culinária de Clemont no episódio passado. Acho muito bom considerar que Serena e Clemont dividem as tarefas culinárias do grupo. É uma mudança muito bacana para as séries anteriores. A galera no tumblr porém observou que eles só tem comido espaguete p; 

→ Falando em Serena, QUE LINDO ela pulando para proteger Bonnie do ataque de Pichu;  

→ Ainda sobre o final – eu poderia ter escrito um parágrafo a respeito, mas não soube onde encaixar – eu adoro como Clemont e Lena terminam o episódio perseguindo suas irmãzinhas levadas. É muito cute-cute;  

→ O episódio passado, estrelado por Chespin, ficou fora do ranking de audiência da semana. Mas o de Dedenne recuperou a semana perdida, alcançando ótimos 5,7%;  

→ A prévia do episódio seguinte me deixou muito ansioso pela batalha ninja entre Froakie e Frogadier. Mas eu posso me decepcionar. Como eu falei, nunca se sabe o que esperar do próximo XY; 

→ Pokémon XY já estreou nos EUA e o episódio da Viola foi exibido recentemente. Felizmente, a TPCI manteve a forma especial dela de falar, sempre fazendo referências à fotografia. Infelizmente, a Elaine Pagano promete vacilar FEIO com suas traduções ao pé da letra piores que Google Tradutor no Brasil; 

→ Uma imagem especial para os amourshippers espalhados pelo mundo:

Fontes: tumblr, bulbapedia e google imagens