Pokémania - Momento Nostalgia

Esses dias estava pesquisando pela net e encontrei uma matéria muito nostálgica publicada pela IstoÉ na edição 144 em 31 de maio de 2000. Na época, Pokémon fazia o maior sucesso, e o artigo fala justamente sobre o furacrão Pokémon e o mercado que ele movimentava na época. Confiram agora a matéria e comentem:

"Pokémania
O que parecia uma febre virou uma indústria de US$ 7 bi. E vêm aí novos trunfos para aquecê-la ainda mais no Brasil

A febre não cede. Um ano depois de deflagrada no Brasil, a “pokémomania” está mais ativa do que nunca e mantém quentes os negócios de 25 empresas nacionais. Os poderes dos pequenos monstros japoneses são devastadores. No ano passado, Pikachu, Charmander, Squirtle e outros 148 personagens da série Pokémon movimentaram US$ 14 milhões em vendas no varejo por aqui – o mesmo que os produtos da linha da Turma da Mônica e apenas 25% menos que o obtido pela Disney, com Mickey Mouse e toda sua ampla galeria de sucessos. “E isso representa apenas o mercado oficial, que deve ter sido 20% do total”, afirma Ana Kasmanas, diretora da Exim Licensing Group, empresa responsável pelo licenciamento da marca no País. Contando produtos importados e piratas, estima-se que o faturamento tenha chegado a US$ 70 milhões. “Tudo o que foi produzido vendeu”, insiste Ana. E gerou fenômenos impressionantes:

  • No programa Eliana e Alegria, da TV Record, a série Pokémon atinge picos de 14 pontos no Ibope;
  • “Pokémon – O Filme 2000”, estréia nas férias de julho em 300 salas de cinema em todo o País e tem estimativa de público de 2 milhões de pessoas;
  • A Estrela, uma das licenciadas da marca, já deve 7% de sua receita aos 35 produtos com a turma de Pikachu;
  • A Panini teve de trabalhar 24 horas durante dois meses para atender à demanda por figurinhas. Vendeu 61 milhões de envelopes de figurinhas com imagens dos monstrinhos. O recorde anterior, com os personagens da Família Dinossauro, era de 40 milhões;
  • A revista Pokémon Club, lançada pela Conrad Editora, com 100 mil exemplares, já tem tiragem quinzenal de 300 mil.
  • A Tele Centro Sul encomendou 6 milhões de cartões telefônicos com os personagens. Antes de lançá-los, fez uma pesquisa e decidiu ampliar o pedido para 18 milhões.

O termômetro do mercado não dá indícios de que vá esfriar. Ao contrário, a máquina de marketing Pokémon já preparou uma nova onda de lançamentos, perfeitamente encaixados numa estratégia imbatível. Até o final do ano, chegam às lojas brasileiras as versões Silver e Gold dos videogames da Nintendo. Foi neles que começou a saga Pokémon, que gerou uma receita de US$ 7 bilhões no mundo todo em 1999. É neles, agora, que ele se multiplica. Novos 100 monstrinhos (Pokémon é uma abreviação para pocket monsters, monstros de bolso, em inglês) ganharão vida e encherão os sonhos de milhões de crianças. Desta vez, haverá Pokémon machos e fêmeas e, como convém a quem quer reproduzir negócios, eles terão filhotes e iniciarão uma descendência. As várias gerações moverão ainda mais rápido a engenhosa engrenagem de produtos criada em 1996: videogames associados a revistas e cards, ligados aos programas de tevê, reproduzidos nas lojas de brinquedos, animados em sites, devorados na forma de doces, shampoos, sabonetes etc. E vêm aí macarrão instantâneo (Arisco), bolos (Plus Vita), iogurte (Danone), uma boneca (Estrela). O número de licenciados no Brasil pode chegar a 70 em dezembro. A expectativa é quintuplicar o faturamento.

A fórmula pode não ser novidade no mundo do entretenimento. Mas nunca houve tamanho entrosamento entre as diversas indústrias ligadas a um personagem. Qual a chave de tamanho sucesso? Algo que estudiosos de plantão já estão chamando de Pokeocracia. O seu princípio básico diz que terá maior poder quem tiver mais Pokémon. Agora, traduza essa ideia a uma criança diante de uma prateleira na loja de brinquedos. Ter mais monstrinhos significa comprar mais, o argumento imbatível. O grande filósofo da Pokeocracia é o japonês Satoshi Tajiri, que quando garoto colecionava insetos nos arredores de Tóquio. Ele cresceu e não perdeu o jeito esquisitão. Fugiu dos empregos que o pai lhe arranjava e era tido como um problema para a família. Em 1982, criou uma revista especializada em videogames, que não decolou. E quando apareceu com a conversa de criar seu próprio game, foi ridicularizado. Menos pela Nintendo.

Hoje, milionário aos 34 anos, Tajiri mantém o jeito esquisitão. Às vezes trabalha 48 horas ininterruptas. Depois, dorme outras 12 horas. Ele gastou seis anos desenvolvendo a ideia, que a Nintendo comprou meio no escuro. Quando a concluiu, em 1996, os Game Boys – os joguinhos de mão da empresa – pareciam uma espécie fadada à extinção, consumidos pela seleção natural: nos computadores, as crianças conseguiam jogos com mais ação, cores, realismo. “Achei que a Nintendo ia rejeitar o Pokémon”, diz Tajiri. Estava errado. Mesmo sem acreditar muito no sucesso do novo jogo, a empresa lançou-o no mercado. Os garotos japoneses adoraram. Rapidamente, a estratégia foi mudada. Para apoiar o game, uma linha de revistas, livros e cards foi produzida a toque-de-caixa. Foi uma explosão.

O recluso Tajiri tem tudo para ser reconhecido como um mestre do marketing. Quando a febre Pokémon ainda esquentava o consumismo em torno dos primeiros 150 monstrinhos, ele incluiu o de número 151 no software do joguinho: Mew. A notícia correu como rastilho de pólvora: havia um personagem secreto, que só alguns possuíam. As lojas lotaram mais uma vez. Então, vieram a série na tevê, longa-metragem no cinema, websites... Quem tem filho, sabe o que isso significa."

Danilo Andretta

Doutorando em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, acompanha a franquia Pokémon desde pequeno e entrou na PBN com 14 anos com o sonho de construir o maior portal brasileiro de Pokémon. Fã do anime Pokémon e dos jogos principais da franquia, dedica as horas vagas produzindo conteúdo na PBN e interagindo com os leitores nas redes sociais.

5 Comentários

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  1. bolinha-feliz natal PBN!boas festas !um prospero ano novo!quero fazer um brinde[estranho ne]a todos os escritores que se dedicamcada vez mais com pokemon e ao pessoal que acompanha a PBN que deus abençoe vcs!!todo mundo gritando comigo!POKEMON!POKEMON!POKEMON!KKKKKK

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  2. POKEMON!POKEMON!POKEMON!POKEMON!POKEMON!POKEMON!POKEMON!POKEMON!POKEMON!
    to de ressaca do natal!

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  3. bolinha-rá! rá!ressaca do natal!essa foi boa!rá!rá!kkkkk!!

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  4. bolinha-valeu pela colaboração anonimo do terceiro comentario!por que que meu comentario saiu 6 vezes ?ai eu não sei o que aconteceu !?

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