Olá, galera!
Um fim de semana agitado só me permitiu fazer a publicação prevista para sexta HOJE.
Sei que é um dos textos provavelmente mais esperados e um dos que eu mais gostei de escrever. Espero que gostem também. Para mais textos do Sir Charizard basta ir ao Vale Charicífico em Atrações. Este texto foi originalmente publicado em 21 de janeiro de 2015 no meu blog.
Quando
Serena foi apresentada, em suas poucas cenas, nos episódios de estreia de Pokémon XY ela se mostrou uma personagem
divertida, pró-ativa, com algum senso de autonomia e sarcasmo. À medida que a
série progredia, porém, o que víamos era uma menina que se contentava em ficar
ao fundo sem fazer muita coisa a maior parte do tempo, que não era muito a fim de
tomar atitude, sendo frequentemente ofuscada pelos seus companheiros de
jornada e cujo único interesse real parecia se resumir numa palavra, três
letras: Ash. Quando a primeira Corrida Rhyhorn foi anunciada, houve
esperança e especulação de que Serena seguiria sua carreira no ramo e eu estava
empolgado porque o passado nos havia dado episódios excelentes de corridas com
Pokémon.
Limitá-las a uma única espécie de Pokémon certamente não era bom, mas a ideia de ter uma menina na série fazendo algo que envolvesse ação e aventura parecia muito legal. Quando o episódio finalmente foi exibido, o que vimos foi uma competição extremamente sem graça que não despertava o interesse da nova protagonista e matava o dos telespectadores. E o episódio em si havia tido diversos problemas, entre eles, o roteiro de Akemi Omode, que ainda dava seus primeiros passos como membro do time de roteiristas o anime (ela entrara no começo do Episódio N de Best Wishes! - a primeira adição à equipe desde o começo de Advacend Generation, há mais de uma década!!!) e desenvolvia um histórico com momentos bons, mas nada impressionantes. Havia apenas uma exceção gloriosa: "Lucario VS Blaziken! A Caverna das Provações!!".
Limitá-las a uma única espécie de Pokémon certamente não era bom, mas a ideia de ter uma menina na série fazendo algo que envolvesse ação e aventura parecia muito legal. Quando o episódio finalmente foi exibido, o que vimos foi uma competição extremamente sem graça que não despertava o interesse da nova protagonista e matava o dos telespectadores. E o episódio em si havia tido diversos problemas, entre eles, o roteiro de Akemi Omode, que ainda dava seus primeiros passos como membro do time de roteiristas o anime (ela entrara no começo do Episódio N de Best Wishes! - a primeira adição à equipe desde o começo de Advacend Generation, há mais de uma década!!!) e desenvolvia um histórico com momentos bons, mas nada impressionantes. Havia apenas uma exceção gloriosa: "Lucario VS Blaziken! A Caverna das Provações!!".
Então
eu sinceramente não tinha razão para esperar muito de um episódio focado em
Serena e com Corridas, escrito novamente por Akemi Omode, exceto por uma coisa:
a própria Serena. Desde o momento em que decidiram que ela seria uma Performer
Pokémon, Tomioka e sua equipe tem soprado vida para dentro do corpo antes
inerte da garota. Ao longo dos episódios mais recentes, Serena se tornou alguém
com sonhos e seus sonhos tem dado forma à sua jornada, tem definido os passos
que ela tem tomado e moldado sua personalidade. Ela não se contenta mais em ser
uma mera telespectadora e assume sua posição de protagonista. Ainda que eu não esteja totalmente satisfeito com todo o
conceito das Exibições Pokémon, é inegável que eles tem sido extremamente
benéficos para o crescimento da personagem. Foram eles os responsáveis por causarem essa revolução na vida da
jovem Treinadora e é principalmente por causa deles que agora ela tem um motivo
para se esforçar e treinar com seus Pokémon. Sua vida é como uma seta lançada
com direção incerta, mas com certeza chegando a algum lugar. Por isso é
simplesmente perfeito que seja aqui, quando o mundo está cheio de possibilidades
para o futuro que Serena tenha que confrontar seu passado.
É
muito bom ver logo de cara como a alegria de Serena ao pensar na ideia de
visitar um rancho com um bocado de derivados de leite deliciosos se transforma
numa sensação de desconcerto ao ver diante de si jovens Treinadores praticando
Corridas Rhyhorn em Skiddo - alguns dos Pokémon mais lindos e apertáveis de Pokémon XY.
Desde o primeiro episódio
da saga em Kalos, fora estabelecido que: Grace, a mãe de Serena, queria
que ela
fosse uma Piloto de Rhyhorn, mas a menina não só tinha dificuldade em
montar
como também não gostava daquilo. O lance é que, como amplamente
trabalhado
neste episódio, as Corridas Rhyhorn representam um fracasso contínuo e
de longa
data para Serena. Elas representam tentativas seguidas de frustrações de
ser
boa em algo que, pra começar, ela nem sequer gostava de fazer. E para
piorar
tudo, há um reencontro precoce com sua mãe, pois Serena ainda não estava
pronta para mostrar seu talento como Performer Pokémon. O roteiro de
Omode é cheio de pequenos momentos
geniais e um deles certamente é usar Bonnie para fazer a aspirante a
Rainha de Kalos confrontar seus
antigos demônios. Ao longo desses episódios de Pokémon XY, os roteiristas tem sido consistentes em nos mostrar o
quão as duas meninas do grupo se gostam. Há um forte afeto, respeito, compreensão e amizade
entre as duas. E também admiração.
Portanto,
ver
a limãozinha montando com tanta coragem e entusiasmo um Skiddo já pela
primeira vez traz uma série de sentimentos à Serena. Ela admira o
destemor de Bonnie e sua empolgação, mas ao mesmo tempo se sente
frustrada por
não ter conseguido ter as mesmas qualidades também em sua primeira
tentativa. Há ainda uma
autoculpabilização por não ter sido tão corajosa ou disposta nem ter ido
de
encontro às expectativas de sua mãe. Bonnie recebe elogios de Grace e é
apontada como uma forte candidata a ser uma Piloto de Pokémon
bem-sucedida um dia. Elogios
que provavelmente Serena nunca tinha ouvido, não importasse o quanto
tentasse, o quanto
caísse no chão, o quanto se machucasse por isso.
E há também Ash. Tão ou mais especial para a garota de Vaniville quanto Bonnie, o Treinador de Pallet também se diverte montando. Serena até se surpreende quando ele decide praticar com os Skiddo mesmo já tendo montado Rhyhorn, já que os cabritinhos são mais para aqueles sem experiência, mas Ash o faz pela curiosidade, pela experiência, porque simplesmente nunca teve a oportunidade de montar um Skiddo antes e quer tentar e é isso o que importa. Sua mãe, seu boy magia e sua melhor amiga se divertem e se dão bem naquilo que Serena odeia mais fazer e novamente a garota se vê à margem, como uma telespectadora do sucesso alheio. O trabalho da equipe de animação aqui é impecável na forma como eles conseguem demonstrar de forma tão eficiente os sentimentos de Serena através das expressões muito bem ilustradas.
E há também Ash. Tão ou mais especial para a garota de Vaniville quanto Bonnie, o Treinador de Pallet também se diverte montando. Serena até se surpreende quando ele decide praticar com os Skiddo mesmo já tendo montado Rhyhorn, já que os cabritinhos são mais para aqueles sem experiência, mas Ash o faz pela curiosidade, pela experiência, porque simplesmente nunca teve a oportunidade de montar um Skiddo antes e quer tentar e é isso o que importa. Sua mãe, seu boy magia e sua melhor amiga se divertem e se dão bem naquilo que Serena odeia mais fazer e novamente a garota se vê à margem, como uma telespectadora do sucesso alheio. O trabalho da equipe de animação aqui é impecável na forma como eles conseguem demonstrar de forma tão eficiente os sentimentos de Serena através das expressões muito bem ilustradas.
Mas
há
Clemont. O garoto não se dá bem montando os Skiddo e cai diversas vezes
porque, na verdade, ele tem pavor de ficar em cima dos bichinhos e só o
faz por ser forçadopela irmã caçula Bonnie - mais implicante do que
nunca! O lance é que, segundo o anime, os Skiddo
conseguem sentir as emoções daqueles que tocam seus chifres e são
afetados por
elas (as Pokédexes de Pokémon X & Y
relacionam esta habilidade não aos carneirinhos, mas à sua evolução Gogoat, que
também aparecem no episódio). Logo, o Pokémon Montaria no que Clemont tenta montar absorve o
nervosismo do Treinador e não consegue ficar calmo. Os insucessos do Líder de
Ginásio geram ofensas e chacotas de sua irmã caçula, ao que ele responde com
uma frase clichê, mas que comunica bem com o episódio "todo mundo tem
pontos fortes e fraquezas". Não é uma frase para Serena ouvir e se
consolar - porque é justamente o que não acontece. Mas para o público entender
que ninguém é obrigado a ser bom em tudo e isso não é um problema.
Outro
aspecto
positivo é que o episódio começa e termina sem seus amigos saberem dos
"defeitos" de Serena. No primeiro episódio das Corridas, ela
se esforçara para ensinar Ash a montar, mas ela mesma só tentara uma vez
- e
falhara, mas ninguém havia se importado com isso. O que foi importante
pra eles
é que ela sabia como fazê-lo e com sua ajuda, Ash foi capaz de se
preparar para
participar da Corrida, algo que ele reconhece ao dizer "E graças a você
eu
consegui correr afinal" - para séria ruborização da garota. Na cabeça de
Serena, ela é um fracasso, mas para seus amigos, não tem absolutamente
nada de
errado com ela! Ela é a amiga solícita que sempre ajuda com a comida,
que
arruma a mesa com flores e deixa tudo lindo para as refeições, aquele
que faz
os doces deliciosos que eles adoram. E não importa o quanto Grace tente
lhes falar da Serena com quem ela convivia em casa, eles a defendem.
Talvez seja justamente o fato de sua mãe estar constantemente enunciando
seus defeitos
- para o bem ou para o mal - que tenha tornado Serena uma menina tão
insegura.
Nas
últimas décadas, a problemática relação entre pais e filhos vem se tornando um
tópico cada vez mais comum na ficção e não é à toa. É um tema com o qual um grande
número de pessoas em diversas partes do mundo consegue se identificar. Lost até teve um título de episódio intitulado "All the best cowboys have daddy issues"
(Todos os melhores cowboys tem problemas com o pai) e tornou isso uma temática recorrente de seus episódios. Pokémon também envereda por esse terreno desde seu princípio. A Game
Freak e os próprios roteiristas do anime, por exemplo, não parecem ser muito
fãs de figuras paternas no geral. Em seis gerações de jogos, apenas o protagonista
de Ruby & Sapphire e seus
remakes tem um pai participativo - e no anime,
desde a primeira temporada temos personagens com relações familiares problemáticas. Afinal,
como esquecer as histórias complicadas de Brock e Sabrina com suas famílias? Em Advanced Generation, também havia uma
distância visível entre May e seu pai Norman (com quem Max tinha uma
proximidade bem maior) e ela até desafiou as expectativas dele ao se tornar
uma Coordenadora Pokémon em vez de ser uma futura candidata a Líder do Ginásio
de Petalburg. E em Best Wishes!,
tivemos todo o lance de Bianca e seu pai - tanto nos jogos Black & White quanto no anime.
Logo
que
foi introduzida, Grace conquistou meu coração com seu jeito leve e
descontraído. Todavia, neste episódio não pude evitar sentir certa raiva
dela com toda aquela insistência de que Serena praticasse Corrida
Rhyhorn. A menina
claramente não gostava, falhava, chorava e lá ia Grace forçar a garota a
montar
no Skiddo/ Rhyhorn de novo. O problema é que ela estava completamente
projetando seus
próprios sonhos na sua filha, forçando que Serena seguisse o mesmo
caminho que
ela seguiu e foi bem-sucedida. É também particularmente irritante o
jeito que
a mãe sempre espera o pior da menina. Ela se desculpa pelo fato de a
filha não
cozinhar com frequência, fica surpresa quando a garota demonstra
determinação e ainda fala dos outros defeitos da menina para seus
amigos. Para alguém como Serena, é claro que ela vai ter dúvidas sobre o que fazer e tanto medo de falhar tendo uma mãe tão
pronta a apontar defeitos.
Aliás, é aqui que vemos a Performer duvidando de suas próprias habilidades pela primeira vez em relação às performances e ao que ela está preparando, justamente quando sua mãe surge de novo em cena. Porém, por ser Pokémon, o episódio não vai além e não deixa as coisas ficarem sombrias demais. Omode tenta suavemente justificar os atos de Grace sem, contudo, expiá-la de toda culpa. Fica bastante claro que há muito amor mútuo entre as duas e a insistência da mãe para que a filha pratique as Corridas parece ser mais pelo fato de que ela acredita que Serena pode ter sucesso fazendo isso, só precisa insistir e investir mais nisso, do que um mero ato de egoísmo de querer impor um desejo à filha. As implicâncias também não parecem gratuitas, mas uma forma de provocar uma mudança de hábito na garota. Ainda assim, parece cruel forçá-la a um treinamento de algo que nunca foi do interesse dela por tanto tempo (anos!) e apontar defeitos com tanta frequência - mas mães agem assim na vida real né =/
Aliás, é aqui que vemos a Performer duvidando de suas próprias habilidades pela primeira vez em relação às performances e ao que ela está preparando, justamente quando sua mãe surge de novo em cena. Porém, por ser Pokémon, o episódio não vai além e não deixa as coisas ficarem sombrias demais. Omode tenta suavemente justificar os atos de Grace sem, contudo, expiá-la de toda culpa. Fica bastante claro que há muito amor mútuo entre as duas e a insistência da mãe para que a filha pratique as Corridas parece ser mais pelo fato de que ela acredita que Serena pode ter sucesso fazendo isso, só precisa insistir e investir mais nisso, do que um mero ato de egoísmo de querer impor um desejo à filha. As implicâncias também não parecem gratuitas, mas uma forma de provocar uma mudança de hábito na garota. Ainda assim, parece cruel forçá-la a um treinamento de algo que nunca foi do interesse dela por tanto tempo (anos!) e apontar defeitos com tanta frequência - mas mães agem assim na vida real né =/
E
o trunfo do episódio é que Omode reconhece isso e torna todo o gesto de partir
de jornada de Serena um ato de busca de liberdade e não uma viagem atrás de
macho. Lá no XY003, a motivação de Serena para partir em jornada parecia se resumir
a encontrar Ash, conhecê-lo e ser reconhecida por ele ao devolver o lencinho. Aqui,
porém, a saída dela é tida como uma fuga daquela vida de treinamentos forçados,
de acordar cedo, de cair na lama, de ser forçada a tentar de novo, de ser
provocada por sua "preguiça". É uma jornada para tomar conta do próprio destino,
descobrir o que está lá fora, além das Corridas Rhyhorn. Logo, nenhuma
conclusão para esse episódio teria sido mais apropriada que Serena desafiar sua
mãe para poder sair da concha.
Talvez energizada pelos elogios dos amigos que a fazem enxergar seus méritos e valores, Serena se sente forte o bastante para não deixar que Ash fale por ela e para desafiar sua mãe. Primeiro, ela desafia o cronograma dela ao não ir para a prática da tarde para passar um tempo com seus Pokémon se preparando para as Exibições Pokémon. Depois, ela desafia as expectativas dela - ainda que sem querer - ao montar um Rhyhorn e entrar numa perseguição perigosa à Equipe Rocket. Por fim, Serena desafia sua mãe ao tomar a atitude de dizer que não quer voltar pra casa pra treinar Corridas Rhyhorn. Uma das coisas que me incomodavam sobre todo o lance de Serena era como a personagem dela vivia demais em função do Ash, mas aqui ela não deixa que ele fale por ela e cala a boca dele ao menos duas vezes. Contrastando com o PÉSSIMO desfecho da história de Bianca e seu pai em Best Wishes!, Serena não precisa que Ash interfira e a salve. Não precisa que ele a defenda, ou lute por ela ou que anuncie sua decisão antes que a garota o faça. Serena assume controle da própria vida. Ela encara sua mãe na hora em que ela acha apropriada e aceita o desafio imposto sem medo. Ela luta pra sair da concha e mostrar seu valor.
Talvez energizada pelos elogios dos amigos que a fazem enxergar seus méritos e valores, Serena se sente forte o bastante para não deixar que Ash fale por ela e para desafiar sua mãe. Primeiro, ela desafia o cronograma dela ao não ir para a prática da tarde para passar um tempo com seus Pokémon se preparando para as Exibições Pokémon. Depois, ela desafia as expectativas dela - ainda que sem querer - ao montar um Rhyhorn e entrar numa perseguição perigosa à Equipe Rocket. Por fim, Serena desafia sua mãe ao tomar a atitude de dizer que não quer voltar pra casa pra treinar Corridas Rhyhorn. Uma das coisas que me incomodavam sobre todo o lance de Serena era como a personagem dela vivia demais em função do Ash, mas aqui ela não deixa que ele fale por ela e cala a boca dele ao menos duas vezes. Contrastando com o PÉSSIMO desfecho da história de Bianca e seu pai em Best Wishes!, Serena não precisa que Ash interfira e a salve. Não precisa que ele a defenda, ou lute por ela ou que anuncie sua decisão antes que a garota o faça. Serena assume controle da própria vida. Ela encara sua mãe na hora em que ela acha apropriada e aceita o desafio imposto sem medo. Ela luta pra sair da concha e mostrar seu valor.
Se
sua
preocupação na hora da prática com Fennekin e Pancham era fazer uma
apresentação boa o bastante para
convencer sua mãe de que ela poderia ser boa em fazer performances
Pokémon,
agora ela tem outra: a de mostrar que o seu desejo é forte e sua
determinação
verdadeira e que ela não vai desistir, mas lutar até o fim. É brilhante a
forma
como o desafio é feito sobre Skiddo. É brilhante que a ideia tenha sido
de
Grace para conseguir verdadeiramente ver o desejo de sua filha. É
brilhante que
Clemont tenha confiança na vitória de Serena desde antes de a corrida
começar - lembrem-se: ele é o pessimista do grupo. É brilhante que
Fennekin esteja na torcida por ela. Serena
encontrou amigos ali. Encontrou um sonho. Encontrou Pokémon com os quais
ela
realmente se importa e ama e que sonham com ela. Serena encontrou seu
verdadeiro valor e o momento em que ela compreende isso, montada no
Skiddo, é
lindo e emocionante! #EuChorei
Quando
Pokémon XY começou, eu não contava Omode
entre nossos roteiristas mais promissores, mas ela nos entregou aquele que é um
dos mais bem escritos episódios da série até agora! Utilizando-se de sutilezas
narrativas e desenvolvimentos desta saga, ela nos entregou um dos
capítulos mais fortes e sólidos do anime e conseguiu virar a história da Serena
do avesso, ao transformar a menina que sai em busca do senpai que repare nela
numa menina que não quer fazer outra coisa além de correr atrás dos seus sonhos. Quando
"Serena Fica Séria! A Selvagem Corrida Skiddo!!" terminou, eu vi uma
Serena que reconhece seus próprios erros, que sabe que um dia se deixou ser apagada
e viveu tempo demais em função dos outros, mas que floresceu. Eu vi uma Serena
extremamente passional e agressiva, uma garota que monta um Rhyhorn, faz um
caminhão parar com ele e não hesita em atacar com tudo o que tem.
Eu vi uma Serena cuja jornada deixou de girar em torno de um garoto que ela saíra de casa para conhecer para se tornar uma jornada sobre ela e o que ela quer da vida. Eu vi uma Serena determinada e tão certa dos seus sonhos e objetivos que ela pode cair na lama e se machucar, mas não vai desistir porque isso não é uma opção e ela acredita em si mesma. Uma Serena que não teme mais a ação nem o perigo de pilotar um Rhyhorn, mas que simplesmente não quer fazê-lo porque ela encontrou algo com o que verdadeiramente se identifica. E ela sabe que tem seus amigos e seus Pokémon para apoiá-la. Essa é uma garota que verdadeiramente cresceu em sua jornada e se tornou alguém digna de notoriedade e admiração. Esta é a Serena que todos queremos e merecemos… e que conquistou um espacinho no meu coração.
Eu vi uma Serena cuja jornada deixou de girar em torno de um garoto que ela saíra de casa para conhecer para se tornar uma jornada sobre ela e o que ela quer da vida. Eu vi uma Serena determinada e tão certa dos seus sonhos e objetivos que ela pode cair na lama e se machucar, mas não vai desistir porque isso não é uma opção e ela acredita em si mesma. Uma Serena que não teme mais a ação nem o perigo de pilotar um Rhyhorn, mas que simplesmente não quer fazê-lo porque ela encontrou algo com o que verdadeiramente se identifica. E ela sabe que tem seus amigos e seus Pokémon para apoiá-la. Essa é uma garota que verdadeiramente cresceu em sua jornada e se tornou alguém digna de notoriedade e admiração. Esta é a Serena que todos queremos e merecemos… e que conquistou um espacinho no meu coração.
Considerações finais:
- Sobre os aspectos técnicos do episódio: eu achei todo o trabalho bastante caprichado, especialmente no quesito da iluminação. As cenas do fim da tarde em particular ficaram lindas demais! Os traços porém ficaram falhos em alguns momentos, mas foram errinhos bem pequenos mesmo. O que talvez mais tenha me incomodado tenha sido a cabeça da Grace, que parecia estranha em diversos momentos. Incomoda-me também o fato de que na parte da tarde, as únicas pessoas presentes no campo de treinamento serem Ash e cia, já que todos os outros que estavam praticando pela manhã também deviam ter voltado. Aliás, quando mostrado de longe na parte vespertina - e também na parte da manhã - não dá pra ver nenhum Rhyhorn em lugar nenhum no rancho (embora a presença deles seja atestada via diálogo), logo brotarem dois, um para Serena e um para Grace, assim do nada na hora do aperto é bastante conveniente. A equipe de continuidade devia ter se preparado melhor para evitar esse errinho;
- Outro ponto que me chamou a atenção foi a trilha sonora PERFEITA de Shinji Miyazaki. Tivemos BGMs dos jogos Pokémon X & Y muitíssimo bem executadas como o tema de batalha da Equipe Flare no confronto contra a Equipe Rocket e também a música do AZ tocada na conversa entre Serena e Grace no final. Foi emocionante ouvi-las nos contextos em que foram utilizadas;
- A cena em que Serena revela para sua mãe que quer ser uma Performer Pokémon é um dos momentos mais bem feitos também nesse sentido. A forma como Miyazaki não deixa absolutamente NENHUMA BGM anteceder o momento e coloca apenas o som dos pássaros e das árvores se movendo ao fundo é soberbo, deixando toda a força do momento repousar na voz firme de Serena ao falar que quer ser uma Performer. Palmas também para a excelente atuação da dubladora Mayuki Makiguchi ao decorrer de todo o episódio;
- A paixão da Equipe Rocket por derivados do leite é antiiiiga na série - lembram de quando eles tentaram roubar tudo da fazenda do tio da Whitney em Johto? -, então acho um detalhe de continuidade muito legal de ver aqui e mostra que Omode deve ser uma fã de longa data do anime;
- A cena inicial de Bonnie fazendo s'il-vous-plaît para três meninas ao mesmo tempo - e da idade de Clemont! - é ótima hehe
- Eu adoro como a limãozinha também se preocupa em tirar Dedenne da bolsinha antes de montar no Skiddo. Ele cumprimentando Pikachu na cerquinha também é mto lindinho :3 Aliás, eu adoro a alegria de Bonnie de finalmente poder participar da ação do episódio. Em geral, ela acaba ficando excluída da maioria das atividades por ser novinha: ficou fora da máquina de voo da Batalha Aérea, não pôde participar pra valer de nenhuma atividade do Acampamento de Verão… e aqui não só pôde montar os Skiddo como o fez muito bem! Aliás, a alegria dela em conseguir fazê-lo é ótima, assim como todas as suas implicâncias com Clemont ao longo da atividade: ela finalmente pôde mostrar um talento especial;
- Aliás, sobre a Grace: ao fim do episódio eu não tinha mais raiva dela. Afinal de contas, pais na vida real forçam seus filhos a fazerem cursinhos de idiomas (eu como professor de inglês sei bem disso), esportes e outras atividades que eles não gostam só porque é "importante" para seu futuro. Ainda que ser uma Piloto de Rhyhorn seja apenas uma na vasta piscina de possibilidades no mundo Pokémon, foi como Grace obteve sucesso na vida, então ela pôde ter errado em não prestar atenção aos sentimentos de Serena, mas fez isso realmente querendo o bem da menina. Porém o que realmente a redimiu pra mim foi o fato de ela apoiar Serena completamente em sua empreitada como Performer Pokémon, inclusive lhe informando que terá uma competição de Exibição Pokémon na Cidade de Coumarine - local também da próxima batalha de Ginásio de Ash. Além disso, toda a interação das duas no final foi linda e aquele último abraço super comovente;
- O episódio anterior, "O Confronto de Arte Ninja! Frogadier VS Barbaracle!!" ficou no 8º lugar do TOP 10 com 4,7% da audiência semanal. Infelizmente, este episódio de Serena não entrou no TOP 10 correspondente à sua semana, o que é uma pena. A semana que antecede o Natal é sempre bastante concorrida já que as emissoras preparam programações especiais e tal, mas o que me choca em particular é que o 9º lugar obteve 4,9% da audiência e o 10º 3,9% - uma diferença bastante acentuada. Saber que este episódio ficou abaixo de 3,9% é muito triste porque certamente merecia ter sido mais assistido. Outros animes que não costumam aparecer com tanta frequência no TOP 10 desta vez conseguiram: Dragon Ball Z Kai surgiu no 8º lugar com 5,5% e HappinessCharge PreCure com o mesmo valor em 7º lugar - não sei qual é o critério de desempate nesses casos. Outro dado interessante: Yokai Watch, o anime que vem conquistando o coração das crianças japonesas, aparece DUAS vezes na lista com o MESMO filme: Ashita Kara Eiga Kōkai Kinen! Yōkai Watch 90-pun Special da Nyan!. Os primeiros 30 minutos do filme contabilizam 7,3% do público (6º lugar) às 18h30, enquanto os 54 minutos restantes contabilizam 9,1% da audiência (3º lugar) às 19h00. Porque o mesmo filme ganhou duas posições distintas no TOP 10 é desconhecido pra mim, mas os altos índices de audiência certamente chamam a atenção;
- O Rancho Baa de Mer é um local dos jogos Pokémon X & Y e fica na Rota 12, a Estrada da Forragem (Fourrage Road). A melhor coisa dessa rota é poder ficar montando e saltitando com os lindos Skiddo que tem por lá ♥ Beeeeeem melhor que aqueles Gogoat sem graça de Lumiose ¬¬"
- Enquanto Pancham e Chespin tiveram outra cena lindinha, Luxio cai no esquecimento absoluto precoce. Sério, ele não ganhou UM momento de atenção sequer desde sua estreia emocionante. Que decepção…
- Palmas para a dubladora dos Skiddo também. Além de a voz dos bichinhos ter ficado muito fofa, ela transmite muita emoção na corrida final com o Skiddo de Serena;
- Eu adoro como Bonnie conversa com seu Skiddo antes de começar a montá-lo. É lindo demais *o*
- Um gif que ficou faltando no charithought passado:
Oi, Sir! Achei que tanto o episódio quanto a sua review ficaram ótimos, pra mim o XY053 foi o mais emocionante até agora, foi realmente muito bom mesmo. Finalmente a Serena mostrou para o que veio e não tinha maneira mais bonita de acontecer. Mesmo assim, ainda tem um montão de gente querendo que aconteça um romance entre ela e o Satoshi, embora eu ache que eles vão abandonar isso agora que ela vai virar Performer.
ResponderExcluirÉ muito engraçado o jeito que a Serena tapa a saia quando ta caindo pra ninguém ver mais do que deve kkkkkk
ResponderExcluirGostei desse episódio quando assisti, mas a meu ver não foi muito revelador quanto à Serena, a não ser pelo fato de que ela consegue correr em Rhyhorn quando acredita que é capaz (no episódio 7, quando Ash conseguiu domar o Rhyhorn ela reflete que talvez estivesse os julgando errado todo esse tempo, por isso não os controlava, isso já lhe abriu uma nova perspectiva). Achei bem mais reveladora a real personalidade da Grace e a relação entre as duas (no começo da saga ela me parecia ser uma mãe implicante e pouco compreensiva, mas na realidade era falha de comunicação entre elas). Só não concordo com a afirmação de que este episódio tira a jornada de Serena da sombra de Ash e dá outra perspectiva, como se mudasse o contexto da trajetória dela até aqui, pois pra mim, que já assisti os 3 primeiros episódios várias vezes, desde o começo da saga, sempre esteve bem claro que Serena não estava satisfeita com a vida que levava, além de não se sentir ouvida pela mãe e desejava que acontecesse "algo de bom", (é uma forma de dizer que queria que acontecesse algo que mudasse o rumo de sua vida, afinal sua mãe não lhe havia dado uma segunda opção). E mais: ela já estava decidida a escolher Fennekin como seu pokémon inicial, isso indica que ela já tinha um desejo latente de ser treinadora (mesmo sem saber que rumo seguir) mas era impedida de sair numa jornada por sua insegurança e por não ter uma motivação (ou pretexto) para tal. Pra mim ela queria qualquer coisa menos continuar como estava, então saiu em jornada pra ver o Ash (e satisfazer sua fantasia), mas também pra fugir de sua vida monótona. No decorrer das aventuras que viveu foi superando medos e inseguranças com a ajuda dos amigos (e ela conseguiu se juntar aos melhores amigos que uma treinadora pokémon iniciante poderia ter), viveu novas experiências, aprendeu algumas coisas e aprimorou outras que já sabia até que aflorou nela o sonho de ser performer (não foi algo que surgiu por acaso de um episódio pro outro. Desde os primeiros episódios eu percebia que ela tinha jeito pra coordenadora pokémon ou algo do tipo, o desejo sempre existiu, mas era latente e foi aos poucos se externando).
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