Review: Pokémon XY048

Olha o combo!!!
Bom, pessoal decidi fazer mais uma postagem de review pra deixar vocês pareados com os leitores do meu blog e como viajo para passar o Ano Novo no Rio amanhã, volto com novos textos só semana que vem, mas você sempre pode ir ao Vale Charicífico em Atrações para ler mais.
Desejo também um Feliz Ano Novo pra vocês e mtas alegrias!!
Um grande abraço o//
XY048/ Episódio 852 – O Campus de Lembranças de Clemont! Uma Reunião Eletrizante!! 


Eu sempre gostei muito de animais. Eu era uma daquelas crianças que fazia carinho nos cachorros de rua e quando aparecia um gatinho faminto e minha mãe não deixava eu levar ele pra casa – porque a gente já tinha animais de estimação demais – eu pega comida de casa e levava pra ele só pra ele ter alguma coisinha pra mordiscar e ficar de barriguinha cheia. Meu sonho de infância era ter uma casa bem grande onde eu pudesse abrigar todos os bichinhos de rua que encontrava – e em escala bem menor, eu ainda tenho essa vontade sempre que encontro algum animalzinho abandonado. Não é à toa que Pokémon me conquistou. O primeiro que realmente me atraiu para o anime foi “A Poké-Corrida”, cheio de criaturas que lembravam muito animais e pessoas que se relacionavam com eles de forma muito especial. Tinha um cachorrinho fofo que soltava fogo e um cavalinho lindo que virava um unicórnio mais lindo ainda e também soltava fogo. E a dona deles era uma moça adorável que quebra o braço, então o protagonista tinha que montar o cavalinho de fogo e fazer amizade com ele. Também tinha a histórias de abandono de Bulbasaur, Charmander e Squirtle. Como não amar?
A relação entre humanos e Pokémon foi um dos principais temas dos jogos Pokémon X & Y - a Mega Evolução nasce de um forte vínculo entre humano e Treinador, a história de AZ e Floette, a inclusão do Pokémon-Amie, entre outras coisas - e se o anime sempre trabalhou bem essa relação, eles não podiam fazer um trabalho inferior justamente na série referente a esses games. Logo, não é coincidência alguma que as capturas desta saga estejam tão atreladas a essa criação de vínculos. Episódio passado, vimos Serena conquistando Pancham e agora é a vez de Clemont reconquistar um velho amigo. Entretanto, o que diferencia "O Campus de Lembranças de Clemont! Uma Reunião Eletrizante!!" de seu predecessor em termos de temática, é que - como o próprio título denuncia - trata-se de um reencontro. Descobrimos aqui que, anos antes de se tornar o Líder do Ginásio de Lumiose, Clemont estudou numa academia Pokémon especializada em Pokémon Elétricos e conheceu um adorável Shinx.
Para um fã do irmão limão como eu, este episódio é um prato cheio de alegria e emoção! O Líder de Lumiose está mais amável do que nunca. Através de flashbacks, o roteirista Shinzo Fujita (Mega Lucario VS Mega Mawile! O Vínculo da Mega Evolução!!) nos revela mais um pouco do passado do rapaz antes de se juntar a Ash. Se Bonnie é a representação mais próxima que Pokémon já fez do que se realmente espera do comportamento de uma criança, com seu jeitinho todo fofinho, suas pirracinhas e soninhos e tal, Clemont já segue um estilo mais miniadulto prodígio. Apesar da tenra idade, ele já era um gênio precoce, capaz de fazer invenções incríveis e conseguindo se formar na academia antes dos 10 anos(!!!!). Ainda assim, os animadores do episódio e o dublador do personagem conseguem conferir ao pequeno Clemont um jeitinho bem particular que o diferenciam do rapaz crescido que é hoje.
O jovem inventor tem sido meu personagem preferido desta nova série desde que ela começou e um dos principais motivos para isso é a forma como os roteiristas o levam a sério e equilibram suas características de forma que ele não pode ser jogado em nenhuma categoria específica. Ele tem seu momento de alívio cômico com invenções explodindo aqui e corrida desengonçada, mas sua genialidade também está ali, mesmo nas falhas, e em sucessos como o Braço de Aipom, o Clembot e os Chuveiros Clemônticos, apresentados neste episódio. Além disso, seu talento como Treinador é mostrado vez ou outra em batalhas e ele também possui uma humanidade incrível, um coração imenso e uma grande humildade para questionar suas próprias ações e se autoavaliar, qualidades que eu valorizo demais e que este episódio só vem mais uma vez comprovar.
Sua relação com o Shinx é um exemplo perfeito do quão humano e sensível ele é em relação aos outros. O afeto que ele desenvolve com o Pokémon Clarão reflete muito aquela amizade sincera que crianças conseguem desenvolver com animais - especialmente crianças introspectivas, como Clemont aparenta ser. Shinx foi literalmente aquele animalzinho de rua que a criança encontrou na rua e cuidou, mas não pôde levar para casa. O que minha experiência me ensinou é em que situações assim sempre há dois coraçõezinhos partidos. Do pequeno animal, que tem sua esperança de um lar carinhoso arrancada - eu parei de fazer carinho em animais de rua porque não suporto a tristeza que é eles querendo me seguir e eu não podendo lhes dar mais atenção - e o da criança, que lamenta não poder fazer nada pelo bichinho.
E é isso o que Fujita nos mostra com Shinx e Clemont. A ceninha linda do jovem inventor levando um bolinho todo especial para o Pokémon, cheio de alegrias e esperanças de repente se transforma e encaramos um Clemont triste dentro do carro por saber que não vai poder encontrar seu amiguinho e um Shinx, com os olhos cheios de empolgação, esperando o seu amiguinho, que sabemos que nunca vai chegar. Já pensou se ele fosse um Charmander da vida e ficasse ali esperando Clemont voltar faça chuva, faça sol? A grande decepção que o Pokémon pode ter sentido desse sentimento de abandono da parte daquela que provavelmente deve ter sido a pessoa mais especial pra ele é bastante coerente. Já o jovem inventor teve que carregar a culpa e a tristeza de ter abandonado seu amigo - ainda que ele não possa ser inteiramente culpado por isso. A cena ainda ganha força dramática graças ao tema de "AZ", uma das mais belas BGMs de Pokémon, que faz parte da trilha sonora dos jogos Pokémon X & Y.
Por esse prisma, é interessante pensar que de certa forma, Clemont é o primeiro protagonista responsável pelo abandono  de um Pokémon, ao contrário da trama recorrente de se acolher Pokémon abandonados, tão comum para Ash - bom, a não ser que você considere um Pidgeot cuja promessa de retorno continua há mais 700 episódios sem ser cumprida. É particularmente bacana a forma como Fujita coloca Clemont para omitir o "abandono" de Shinx de suas lembranças da academia (inclusive o fato de nunca tê-lo mencionado para Bonnie) e não relatar o ocorrido até a ideia de estar diante do tal Pokémon novamente finalmente surgir com o aparecimento de Luxio, pois tudo isso fortalece o sentimento de culpa que ele ainda carrega. A própria decisão do jovem inventor de se colocar na mesma situação de Luxio ao não exigir do Pokémon uma resposta imediata sobre o convite de se juntar a ele em sua jornada, mas se colocar passivo de um possível abandono também e se conformar com essa possibilidade também é um reflexo da culpa que ele ainda sente.
E se Pokémon tem sua fama por arrancar lágrimas de marmanjos com episódios de despedida, alguém certamente deveria começar a contabilizar episódios de reencontro na lista porque este aqui mexeu seriamente com meus canais lacrimais, ao menos mais de uma vez - inclusive quando o assisti pela segunda vez. Um dos meus momentos favoritos é no confronto contra a Equipe Rocket, quando Luxio explica porque continua lutando. A forma como o diálogo é entregue é bem expositiva, com a conveniente tradução de Meowth, mas é muito emocionante ver Luxio usando o discurso de Clemont. Especialmente pela informação extra que nos dá pela escolha dele de usar a frase no presente. Pra ele, aquela cidadezinha já é o sonho de Clemont tornado realidade, já é o local aonde Pokémon - especialmente os Elétricos como ele - podem ser felizes.
Pra ele, aquela é uma cidade onde todos os Pokémon podem aproveitar a vida porque um dia um menininho o ajudou num momento de muita dificuldade, e cuidou dele e decidiu que não queria mais permitir que nenhum dos Pokémon Elétricos daquela área sofressem com as descargas elétricas típicas daquela região. Luxio nunca esqueceu que a maior ambição de um pequeno ser humano foi fazer os Pokémon felizes. Mesmo diante da perspectiva do abandono, Luxio sentiu-se grato pela ajuda que ele lhe deu e a todos os Pokémon da região, acreditou nas palavras de seu velho amigo e carregou-as consigo. Sério, isso é lindo demais e só de lembrar os olhos enchem d'água.
Com lágrimas enxugadas, falemos de outros aspectos do episódio. Eu sempre gosto muito de saber um pouco mais do passado dos protagonistas. É legal ter um flashback pra mostrar como Brock ganhou seu Onix, ou até mesmo uma série deles explicando como foi que Íris pegou seu Excadrill e ganhou seu Axew. Episódios assim são ótimos para lançarem mais luzes sobre os personagens que acompanhamos e os enriquecem. No caso de Clemont, saber que ele frequentou uma academia focada no desenvolvimento de diferentes tecnologias e em Pokémon Elétricos, é ótimo para explicar o Ginásio de Lumiose ser como é hoje. O episódio traz alguns detalhes bacanas também como o fato de que o rapaz foi encorajado a ir para a escola pelo seu pai Meyer (Limone era um nome tão mais legal T-T) - para prepará-lo para o Ginásio ou porque acreditava realmente no potencial de seu filho para as invenções? - e o fato de que Clemont falava com frequência na sua irmã nenenzinha.
Falando em Bonnie, a limãozinha também tem umas cenas sensacionais neste episódio! A primeira deles sendo, claro, a volta do s'il-vous-plaît. Fazia tempo que não víamos isso e eu fico feliz de que os roteiristas não usem e abusem desse elemento todo episódio, mas somente quando parece conveniente e aqui foi perfeito. Eu adoro como Bonnie fala isso com alguém que foi a professora de seu irmão, mas usando os adjetivos que o próprio rapaz supostamente usou para descrevê-la e mais ainda que ela explica o que o seu s'il-vous-plaît quer dizer, deixando tanto Éclair quanto Clemont ULTRA constrangidos! E, sério, a animação dessa parte também ficou impecável porque seja lá quem for que decidiu dar um biquinho pra Bonnie nessa cena certamente merecia um prêmio! Já Ash e Serena ficam de escanteio desta vez e não fazem muito, apesar de que temos uma ceninha fofinha da moça acariciando seu recém capturado Pancham.
O roteiro do episódio seria impecável, não fosse pelo ataque da Equipe Rocket no terceiro ato. E desta vez nem por culpa dos vilões em si. Sim, eu ainda detesto o fato de que as aparições dele em geral estão muito sem inspiração e esse lema com a mesma animação sendo usada todo santo episódio me incomoda DEMAIS, mas achei a ideia de eles quererem roubar a energia elétrica da faculdade em vez de já atacar os Pokémon uma mudança pra variar. Porém, algo que me incomoda muito aqui é como eles trazem a Policial Jenny de volta… para apenas provar o quão inúteis todas elas são. Tipo, a Equipe Rocket causa um blecaute na cidade toda, mas tem um local, uma construção alta que fica na praça da cidade soltando RAIOS que podem ser vistos de qualquer lugar - ainda mais no escuro -, mas ainda assim a policial vai procurar no subsolo e os nossos heróis ainda demoram a chegar àquela conclusão. Além disso, as baterias que eles usavam para armazenar a energia explodem, então em teoria eles ainda são bem sucedidos em roubar a energia da cidade, mas não conseguem levar o outro, então 50% do sucesso porque, você sabe, eles nunca podem ter uma vitória completa. Essa parte deles foi bem cagadinha, mas não estraga o episódio lindíssimo que foi este e eu ainda gosto muito de como as habilidades ninjas de disfarce deles.


Considerações finais:
  • Quem melhor para apresentar o segmento do Groudon Primitivo do que Steven? Aliás, parece que as Megas apresentadas por Alain são aquelas com as quais ele realmente batalhou e aquelas que ele ainda não conhece (Mega Metagross, Groudon Primal) são introduzidos por outros personagens como a voz misteriosa (Lysandre?) e Steven;
  • Essa cena ♥ Cadê compilação dos melhores abraços de Ash e Clemont, Internet???
  • Eu realmente adoro Clemont citando seu pai hehe. Aliás, não sei se já disse isso aqui antes, mas o inventor no anime é bem fiel à sua contraparte dos jogos. Em X & Y, ele é creditado pela criação do PPS e do Super Training e também por resolver o problema do blecaute na Cidade de Lumiose, que assola a cidade logo no começo do jogo. Também é dito que ele criou uma máquina para ajudá-lo a correr direito, porque esta é sua pior habilidade e que ele planeja visitar o parque de diversões de Unova. E tal qual no anime, apesar dos feitos incríveis, muitas de suas invenções falham;
  • Este charithought já estava 90% escrito há dias, mas meu Pokémon Omega Ruby chegou aqui na sexta, então eu realmente não consegui reunir as forças necessárias para largar o jogo e postar hehe
  • Uma errata sobre o meu charithought anterior sobre o mangá Pokémon: Black & White (que você pode ler clicando aqui). O leitor Gustavo Henrique me informou que no final da série Best Wishes! no Brasil o ataque Water Gun foi chamado de Revólver d'Água, o que me lembrou que de fato o pessoal da Panini está seguindo uma lista fornecida a eles pela própria The Pokémon Company, que provavelmente é a mesma dada à equipe de dublagem do anime. Mas pra mim será sempre Jato d'Água, gente =P
  • As ceninhas de captura para Ash, Clemont e Serena estão muito bonitas

Sir Charizard

Um rapaz que acredita que nunca se é velho demais para ser um Treinador Pokémon.

1 Comentários

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  1. Gostei desse episódio. Gosto de episódios que ressaltem a amizade do Pokémon com seu treinador. ^^

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