Eu sou o Sir Charizard e me junto à equipe da PBN com muita alegria para compartilhar com vocês matérias sobre o universo do anime Pokémon. Tenho um blog no qual faço postagens semanais sobre diferentes aspectos do anime e pretendo compartilhar todos aqui com vocês, mas quis começar presenteando-os com uma matéria inédita especial pra chegar com estilo =D
Pokémon
– A Origem (ou Pokémon – Origens, se preferirem) foi uma das grandes surpresas de 2013, então sempre quis escrever um review (ou charithought =P como chamo no meu blog) do episódio, mas nunca encontrei a coragem porque sabia que ia dar trabalho. Com o convite da PBN de me juntar à equipe, me senti motivado a retomar essa velha ideia. Então aqui está a primeira parte de ainda não sei quantas, mas espero que gostem e deixem sua opinião ^^
Pokémon – A Origem
Parte 1 de ???
Escrever
este charithought é uma verdadeira viagem no tempo a um momento não
tão distante assim. Desde oito de janeiro de 2013, quando o anúncio
internacional de Pokémon X & Y foi feito numa
edição especial do Nintendo Direct – o serviço de vídeo online
utilizado pela Nintendo para fazer anúncios importantes referentes
aos jogos lançados para seus consoles – os fãs de Pokémon não tiveram sossego.
As novidades iam pipocando primeiro aos poucos e então aos montes e
enquanto algumas eram esperadas, outras não pegaram todo mundo de surpresa (andar em diagonal!!!!!), como o surgimento das Mega Evoluções. Mas nem todas as
surpresas foram relacionadas a jogos. Durante o evento Pokémon Game
Show, realizado em Tóquio em agosto para promover os novos jogos,
foi revelado que em outubro os fãs assistiriam a um especial chamado
Pocket Monsters – The Origin, Pokémon – A Origem.
As
primeiras imagens mostravam não Ash, mas o próprio Red e seu rival
Green, e prometia uma abordagem mais fiel aos jogos Pokémon Red
Version & Pokémon Green Version. Isso foi o bastante para
animar muita gente e atrair a atenção não apenas dos fiéis fãs da
franquia ao longo dos anos, mas também daqueles que há muito haviam desistindo de
Pikachu e cia, mas ainda eram jogadores ferrenhos – ou
ainda guardavam Red & Blue naquele lugarzinho especial no
nosso coração reservado à nostalgia. Havia também expectativa de
que Pocket Monsters – The Origin fosse uma nova série
animada mais próxima do conceito original dos jogos, ou até mesmo
uma há muito esperada adaptação do mangá Pokémon Special/
Adventures para correr em paralelo com a série clássica –
nenhuma das duas uma ideia completamente absurda em um mundo onde
Fullmetal Alchemist: Brotherhood, Dragon Ball Kai, a
nova série de Hunter X Hunter e o sempre adiado novo
anime de Sailor Moon existem.
Em
particular pra mim, Pocket Monsters – The Origin
representava uma nova chance de recomeçar. Como você pode ler aqui,
aqui e aqui, eu detesto a série Best Wishes! do anime. Foi nessa época que eu meio que deixei meu blog de lado e não havia, na
época, o MENOR sinal de que Pokémon XY acabaria tendo um
começo tão bacana! Logo, a possibilidade de uma nova série animada
que resgatasse a franquia e a colocasse novamente numa posição
interessante era algo muito animador. Mas logo foi revelado que se
tratava apenas de um especial – o que foi bem broxante, já que
seria impossível adaptar toda a história dos jogos em um episódio
especial apenas –, mas então que seria um especial de pouco mais
de uma hora e meia – o que amenizou o broxamento, mas ainda não
resolvia o problema. Enfim, 02 de outubro chegou e finalmente pudemos conferir Pocket Monsters
– The Origin!
A
aventura de Ash e seus amigos foi quase toda idealizada por um homem
chamado Takeshi Shudo, e sua equipe. Já falecido, o sr. Shudo foi o
responsável por Pokémon desde o primeiro episódio até
metade da fase Johto. Foi a equipe de Shudo que ficou responsável
por primeiro adaptar as ideias de Satoshi Tajiri para os jogos Red
& Green em um anime. Takeshi
Shudo e seus colegas então decidiram que o objetivo principal da
jornada de Ash não seria completar a Pokédex, mas se tornar um
Mestre Pokémon, e que ele teria dois Líderes de Ginásio como seus
companheiros de jornada, e que os Pokémon, em sua maioria, emitiriam
sons que fossem basicamente repetições de seus próprios nomes, e
que as Pokébolas não quebrariam quando falhassem em capturar um
Pokémon, e que a trama da Equipe Rocket
não seria seguida à risca para dar foco ao rico trio Jessie, James
e Meowth, entre outras coisas. E é esta visão de Takeshi
Shudo que ainda hoje perdura por todos esses anos no anime.
A
primeira coisa que você precisa saber sobre Pokémon – A Origem
é que cada “salvamento” (file) foi realizado por uma equipe
completamente diferente da série original e isso se estende a
basicamente TUDO neles: a animação, a trilha sonora, os roteiros,
TUDO foi feito por um grupo diferente daquele que trabalha no
anime tradicional há mais de 16 anos! Isto é um dos maiores trunfos do especial, porque nos
permite ver uma série animada de Pokémon sob uma perspectiva
diferente, algo que as diversas séries em mangá da franquia sempre
proporcionaram aos seus leitores (Pokémon Adventures/ Pocket
Monsters Special é apenas uma entre muitas séries em mangá
sobre os monstros de bolso lançadas todos os anos no Japão). Além do mais, por mais que a série clássica de Pokémon seja imensamente popular entre os fãs do anime, quem nunca sonhou em ver sua própria aventura em Kanto ganhar vida?
Salvamento
1: Red
Logo
no primeiro salvamento, “Red”, dá pra ver que essas diferentes equipes de
produção tentaram ao máximo se distanciar da visão de
Takeshi Shudo para o anime e criar sua própria versão para
Pokémon, procurando focar exclusivamente nos jogos – vale
dizer aqui, porém, que o especial acaba sendo mais uma adaptação
dos fidelíssimos remakes de 2004, Pokémon FireRed Version e
Pokémon LeafGreen Version, do que dos Red & Green
originais de 1996. Esta grande fidelidade aos jogos acaba sendo um
dos grandes trunfos do especial. Há, por exemplo, uma quantidade
imensa de falas extraídas dos próprios jogos e transplantados para
o especial de forma mais fluida. Tais diálogos evocam uma nostalgia
incrível e até se torna parte da experiência identificá-los e
tentar lembrar quando ou quem disse tal frase nos jogos. É ótimo
também ver elementos que fazem parte de nossa jornada como Trainers
nos jogos e que por tanto tempo foram ignorados na série animada
clássica sendo referidos, como a jornada para se pegar Pokémon
lendários, o dilema da Safari Zone, e, em especial, as TMs e HMs –
embora o preço em dinheiro que se paga quando se perde uma batalha
ainda tenha sido deixado de lado.
Existem umas decisões interessantes também. As Pokébolas, por exemplo, parecem ter sido algo em que eles tiveram um pouco dificuldade sobre que animação deviam seguir: ora parecia mais o estilo clássico dos jogos originais com fumacinhas e tal – como quando Eevee sai da Pokébola do Prof. Oak –, mas em outros momentos parecia seguir o estilo do anime com o raio para lançar e chamar o Pokémon de volta. (Vale lembrar que originalmente as Pokébolas se repartiam ao meio para capturar e liberar os Pokémon, mas isso mudou por influência do anime). Outra decisão interessante foi em relação às enfermeiras dos Centros Pokémon. Enquanto nos jogos, elas tendem a ficar mais parecidas com as Enfermeiras Joy do anime clássico a cada novo jogo, em Pokémon – A Origem elas são bem diferentes, tanto das enfermeiras do anime como umas das outras. Uma delas inclusive parece ser inspirada numa carta de TCG ilustrada por Ken Sugimori. Vale também observar como Pallet Town é bem maior do que sua contraparte nos jogos ou no anime protagonizado por Ash.
A história você já conhece de cor: Red e Green (Blue na versão americana), dois meninos de Pallet Town – que aparentam ter mais de dez anos, a propósito –, são convocados pelo renomado Prof. Oak para completar a Pokédex, uma enciclopédia Pokémon na qual o professor vem trabalhando há anos. Para fazer isso, eles recebem cada um Pokémon inicial – Charmander para Red e Squirtle para Green – e devem usá-los para capturar Pokémon para, desta forma, seus dados serem automaticamente inscritos na Pokédex. Apesar de o começo da jornada de um Treinador seja algo recorrente no anime clássico, o especial se diferencia ao estabelecer o objetivo principal de Red como sendo completar a Pokédex para o Prof. Oak; vencer batalhas é apenas um meio para alcançar esse sonho.
O
foco deste primeiro salvamento, como o próprio nome entrega, é Red.
Todo o desenvolvimento dele é feito basicamente aqui. Vemos como ele
aprende a pegar Pokémon, que roubar é errado =P e ainda como
batalhar, tendo o Gym Leader Brock como seu mentor. Devido ao fato de
o especial ter que cobrir toda a história dos jogos Red,
Green & Blue em apenas uma hora e meia, o personagem Red
acabou tendo que ser bastante simplificado – apesar de os jogos darem praticamente nenhuma informação sobre sua personalidade – em um garoto
desastrado determinado e com talento, nada muito distante do típico
modelo de herói shonen. Entretanto, Red acaba sendo bem mais fácil de se relacionar que Ash, por exemplo, – especialmente se você jogou Red & Blue ou FireRed & LeafGreen – justamente devido à grande semelhança de sua jornada – com as devidas licenças poéticas – com a nossa própria.
Um ponto de Red que me conflita é sua habilidade em batalha porque, verdade seja dita, ele não demonstra ser inteligente e esperto como Red em Pokémon Adventures ou mesmo criativo como Ash demonstrou ao longo dos anos. O que ele basicamente faz é mandar seus Pokémon atacarem e enquanto vemos ele aprendendo sobre a questão dos diferentes Types, – coisa que ele parece e ao mesmo tempo não parece ter dominado – ele não é visto usando nenhum tipo de estratégia especificamente. Ao longo de todo o especial (talvez por que estratégia não fosse mesmo o forte nas batalhas em Red & Blue), as batalhas se mantém dentro do padrão
dos jogos em que um Pokémon lança ataques no outro, sem as
variáveis que as tornaram tão diferentes no anime – mesmo os
movimentos de evasiva não são comandados pelos Trainers, mas sim
feitos pelos próprios Pokémon de forma independente e não há
criatividade nas estratégias. Ainda assim as batalhas são de tirar o fôlego graças à animação inspirada de todos os quatro salvamentos. Os diretores de animação abusam de efeitos belíssimos, ângulos e movimentos de câmera incríveis e movimentos riquíssimos para transformar o mais simples String Shot num momento emocionante – isso não pode ser tão percebido neste primeiro salvamento como no quarto.
Para
aumentar a proximidade com os jogos, o especial também faz uso de
contadores de HP, mas enquanto inicialmente eles são usados de forma
coerente, ainda no final da primeira batalha em Pewter City Gym, há o momento em que o Scratch de Charmander
de Red causa um dano exagerado no Onix de Brock – repare como tira
muito mais dano do Onix do que tirara do Geodude no começo do
episódio, uma incoerência que teria sido facilmente evitada se
tivessem permitido que um dos Pokémon de Red tivesse usado Leer em
Onix. Mas agora, vou parar por aqui porque já temos quase três
páginas de texto e tanto você leitor quanto eu precisamos dar uma
pausa – não quero ficar com LER, afinal. Aguarde – não muito
tempo, prometo – pela continuação deste charithought sobre Pokémon
– A Origem.
Nossa!! Muito boa essa sua análise, e muito interessante também. Estarei aguardando a continuação... ;)
ResponderExcluirMuito boa a matéria, esperando a próxima parte !
ResponderExcluirÓtima matéria. Espero pela continuação! ^^
ResponderExcluirbom, em primeiro lugar: Seja Bem-vindo!!! te desejo muita sorte e q vc adquira mais e mais experiência com as matérias aqui da PBN (assim como nós, leitores, também hehe). e em segundo: ótima matéria!! foi muito sugoi ^^ eu senti muita nostalgia quando assisti ao especial d Pokémon, d fato, foi surpreendente!!! parabéns mesmo, e q continue assim. Não, assim não... melhor do q isso!!! enfim, é isso, até logo! o/
ResponderExcluirSir Charizard, seja bem vindo ao PBN. Já li muitos textos seus no seu blog, e fico feliz por vo^ce por estar aki. Aliás, estou com saudades dos seus reviews semanais de XY. Será que os veremos aki? Boa sorte!
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