Pokémon TCG - Cartas Falsificadas e Proxies

Sabe aquelas vezes em que você encontra uma carta rara por um preço bem baratinho, ou um booster por um preço bastante acessível em um local que você sequer sabia que vendia cartas? E então fica a dúvida: será que é falso? Bem, no caso de algumas cartas é possível saber nitidamente se são falsas, talvez por serem forjados por quem não tinha muito conhecimento sobre Pokémon.



A "estrela" não é um Pokémon, já que é um personagem de outra franquia. Embora a carta do meio seja linda, Milotic ainda não possui uma Mega Evolução. Já a última carta, apesar da bela ilustração, é falsa: não há nenhuma carta com esse Zoroark na base oficial do Pokémon TCG, pois ela só foi lançada em tamanho jumbo.

Certas cartas falsas são facilmente detectáveis justamente por saírem do padrão do jogo. Até a presente expansão (Estilos de Batalha), não temos nenhum Pokémon com um custo de recuo maior que 4 (excetuando Wailord ex, Golem ex, Steelix ex da série EX e Mamoswine ex de Diamond & Pearl). Também não há no TCG Pokémon cartas que exigem mais de 5 energias para atacar ou com pontos de saúde (base) maiores que 340. Por mais que Pokémon-GX, V ou até mesmo Estágio 2 tragam ataques poderosos, nenhum ataque no TCG possui dano base acima de 300.

Erros grosseiros como fonte diferente da original, inclinação da borda e da ilustração e até erros ortográficos também denunciam que a carta é falsa. Outro detalhe são o formato das energias e do símbolo contido nelas: uma carta falsa possui o símbolo desalinhado ou grande demais, e até mesmo uma esfera não tão redonda quanto deveria.

O padrão holográfico também é difícil de ser imitar: em uma falsificação, ele é simplesmente impresso ou constituído em uma camada de pontos brilhantes. O padrão holográfico original é meio metalizado e iridescente, possuindo um brilho e/ou alteração de sua cor de acordo com a luz e a inclinação.

As cores de uma falsificação geralmente são imprecisas quando comparada com as de uma carta real. As variações nas cartas falsas são muitas vezes gritantes, sendo muito claras ou muito escuras quando comparadas com uma carta original, ou até mesmo apresentando diferença na tonalidade. Veja na imagem abaixo como a carta do meio possui cores mais saturadas e escuras comparadas com o da esquerda, a original. A carta da direita possui cores mais claras e menos nítidas, como se fosse baseado em uma foto do original.



Alguns cuidados devem ser tomados ao usar esses critérios para definir a autenticidade das cartas. Diferentes expansões apresentam variações ao longo do tempo. Uma carta bem mais antiga, como uma da expansão Fóssil, terá uma cor um pouco diferente de uma carta mais atual. O layout das informações, o padrão holográfico e holográfico reverso e até os tons da carta mudam conforme as Gerações. Um caso que merece atenção são os Pokémon Dual-Type da expansão Cerco de Vapor. A cor do tipo pode invadir a borda amarela - e muitas pessoas podem acabar achando que a carta é falsa por conta desse aspecto. Contudo, é só uma questão de falta de espaço mesmo. Alguns detalhes das ilustrações dos Pokémon-EX, GX e V também costumam ultrapassar as bordas do card.

O verso da carta também fornece indícios se a carta é verdadeira. Algumas falsificações não dão sequer ao trabalho de incluir a marca registrada (TM) ao lado do logotipo "Pokémon". O fundo da carta verdadeira é bem mais detalhado do que nos falsos, especialmente em torno da Poké Bola. O vestígio branco do redemoinho não tira a nitidez do restante da carta, ao contrário do que ocorre nas falsificações, em que os cantos superior direito e inferior esquerdo ficam praticamente esbranquiçados.



Além do que é possível ver na carta em si, o material auxilia na definição da autenticidade, em especial em cópias bem feitas no quesito gráfico. As cartas falsificadas muita vezes têm um brilho ou textura estranhas, diferentes do padrão levemente acetinado do original. As pontas/cantos podem não ser arredondadas como nas originais, e a espessura costuma ser mais fina ou até mais grossa nas falsificações.

Testes mais invasivos também podem determinar a autenticidade da carta, embora possam vir a danificá-la permanentemente. O mais radical literalmente destrói a carta. Como as cartas originais apresentam camadas de segurança, ao rasgá-la se tornará evidente se a carta possui ou não essas camadas. Não é recomendado rasgar a carta para se certificar disso, pois é possível tentar visualizar essas camadas a olho nu - e mesmo que a carta seja falsa, é bom tê-la em sua coleção para fins de comparação.





A flexibilidade de uma falsificação é diferente da original. Então, ao arquear a carta juntando as extremidades mais curtas, a original não sofrerá (tantos) danos, mas a cópia apresentará vincos e fissuras. Outro teste invasivo se dá pela água: umedecendo levemente um algodão e esfregando-o em uma pequena área da carta. As originais não sofrerão (tantos) danos, mas uma carta falsificada irá manchar, soltando a tinta. Porém, cabe destacar que cartas promocionais mais antigas (como as que eram distribuídos na Liga Pokémon) são mais frágeis, inclusive se comparado com cartas "de booster" da mesma Geração.

Ao arquear o card, só apareceu uma minúscula fissura no cantinho inferior esquerdo.

Depois de esfregar o algodão (note os respingos d'água), foi só secar e foi como se nada tivesse acontecido.

Proxies

Pode acontecer de um oponente, durante uma partida, exibir ua carta que é uma cópia descarada da original, xerocada mesmo. Nesse caso, a carta "xerox" não é uma falsificação, sendo assim tão evidente. Trata-se de uma proxy, ou prótese, como ficou a tradução do termo em português.



A própria escolha da palavra já deixa claro o seu papel: em inglês, proxy é uma autorização escrita para agir em substituição de outrem, ou seja, uma proxy é um substituto autorizado da carta. São cópias usadas para testar como determinadas cartas funcionam no deck, com o consentimento de ambos os jogadores.

O motivo para tal geralmente está relacionado com o custo da carta: cartas mais efetivas costumam ser mais caras, além de serem mais raras. Mas só porque uma carta é boa, não significa que ela será boa no deck. O uso de proxies permite testar a sinergia da cópia com as demais cartas, e possibilita ao jogador avaliar o custo-benefício de determinada aquisição.

Entretanto, na maioria das competições oficiais (até mesmo aquelas que não geram pontuação para os jogadores, como a Liga Pokémon), o uso de proxies é vetado. Apenas se uma carta for danificada durante a competição é que ela será substituída por uma proxy fornecida pelos juízes. Em alguns tipos de torneio, como pós-releases e formatos expandidos, os organizadores podem permitir um determinado número de proxies devido à dificuldade de aquisição das cartas. 

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Matéria atualizada por: Thalys Caires